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Mudança favorece o setor agropecuário
BRUNO BLECHER
Editor do Agrofolha
Antiga reivindicação dos agricultores, a mudança na política cambial foi recebida com preocupação
no setor rural.
Embora represente, da noite para o dia, um ganho de 8,96% para a
agricultura de exportação, o maior
temor é quanto aos efeitos colaterais da desvalorização do real.
"A medida vai melhorar a margem de lucro das indústrias de suco de laranja, ajudando a compensar os elevados custos financeiros.
Mas é preciso avaliar os riscos para
a política de estabilidade", disse
Ademerval Garcia, presidente da
Associação Brasileira dos Exportadores de Cítricos (Abecitrus).
Para Garcia, a mudança no câmbio não deve aumentar nem o volume nem o valor das exportações
de sucos cítricos, que no ano passado renderam US$ 1,2 bilhão.
"Não há dúvidas que a desvalorização do real melhora a remuneração dos agricultores. Existe, porém, o risco de um pico inflacionário", disse o economista da USP
Fernando Homem de Melo.
Mais otimista, Pedro de Camargo Neto, diretor da Sociedade Rural Brasileira, disse que a mudança
cambial favorece a maioria dos
produtores. "Cerca de 2/3 da renda
agrícola estão ligados ao câmbio."
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