São Paulo, quinta, 14 de janeiro de 1999

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Mudança favorece o setor agropecuário

BRUNO BLECHER
Editor do Agrofolha

Antiga reivindicação dos agricultores, a mudança na política cambial foi recebida com preocupação no setor rural.
Embora represente, da noite para o dia, um ganho de 8,96% para a agricultura de exportação, o maior temor é quanto aos efeitos colaterais da desvalorização do real.
"A medida vai melhorar a margem de lucro das indústrias de suco de laranja, ajudando a compensar os elevados custos financeiros. Mas é preciso avaliar os riscos para a política de estabilidade", disse Ademerval Garcia, presidente da Associação Brasileira dos Exportadores de Cítricos (Abecitrus).
Para Garcia, a mudança no câmbio não deve aumentar nem o volume nem o valor das exportações de sucos cítricos, que no ano passado renderam US$ 1,2 bilhão.
"Não há dúvidas que a desvalorização do real melhora a remuneração dos agricultores. Existe, porém, o risco de um pico inflacionário", disse o economista da USP Fernando Homem de Melo.
Mais otimista, Pedro de Camargo Neto, diretor da Sociedade Rural Brasileira, disse que a mudança cambial favorece a maioria dos produtores. "Cerca de 2/3 da renda agrícola estão ligados ao câmbio."



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