da Reportagem Local

As perdas com a mididesvalorização do real nos mercados futuros chegam a US$ 1,3 bilhão, segundo estimam especialistas do mercado financeiro.
Perderam os investidores que apostavam que não haveria mudança na política cambial. Eles haviam vendido os contratos de vencimento em fevereiro que projetavam desvalorização de 1,41% em janeiro.
A maior parte dessas perdas será absorvida pelo Banco do Brasil, o banco que entrava no mercado futuro para bancar a política cambial do governo.
As perdas, no entanto, serão pagas lentamente. Na BM&F, também existe um mecanismo de "circuit breaker", que interrompe os negócios de câmbio nos contratos mais curtos toda a vez que a queda na cotações chega a 1%. Ontem, o mecanismo foi acionado, visto que o real teve desvalorização de 8,26% em um só dia.
Os contratos de câmbio de vencimento em fevereiro na BM&F não serão negociados por sete dias úteis, visto que o "circuit breaker" será acionado automaticamente. Os que buscam proteção contra outra possível desvalorização do real no curto prazo terão de buscar outro tipo de investimento.
No caso dos contratos de vencimento em março, que projetam a desvalorização cambial para fevereiro, o "circuit breaker" na Bolsa de Mercadorias e Futuros é acionado quando a mudança na taxa de cambio atinge 1,5%, o que também aconteceu ontem, logo no início dos negócios.
O mecanismo de "circuit breaker" na BM&F foi criado no meio da crise da Ásia, no segundo semestre de 1997. A idéia é evitar perdas bruscas e quebradeira entre as corretoras que operam no mercado futuro.
Os juros na BM&F também têm um mecanismo de "circuit breaker", que chegou a ser acionado ontem nos momentos de maior tensão.
Os contratos para vencimento em fevereiro, que projetam as taxas de janeiro, chegaram a 65% ao ano, o que paralisou os negócios. Quando o mercado se acalmou, no final da tarde, eles caíram para 38,70% ao ano, mesmo assim uma alta forte considerando-se os 30,63% projetados anteontem.
Os juros do over, o mercado por um dia, nos negócios com títulos de bancos estão em 30,36% ao ano. (CRISTIANE PERINI LUCCHESI)


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