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BOLSAS
Ações caíram na Europa e na América após queda do
real, puxadas por empresas que mantêm investimentos no país
Mundo vive pânico com Brasil
de Buenos Aires
As principais Bolsas do mundo
tiveram ontem um dia de fortes
baixas geradas pela desvalorização
do câmbio no Brasil.
O índice Dow Jones, da Bolsa de
Nova York, terminou o dia com
uma queda de 125,12 pontos, ou
1,32%, depois de chegar a cair 260
pontos em meia hora. A baixa
abrupta foi decorrente da mudança cambial brasileira.
A Bolsa abriu o pregão às 9h locais (12h de Brasília), quando já
havia sido mudado o comando do
Banco Central e anunciada a desvalorização do real. Imediatamente, o índice Dow Jones recuou 260
pontos.
O índice eletrônico Nasdaq despencou 114,56 pontos.
Com a preocupação diante da situação brasileira e com medo de
que a desvalorização atingisse outros mercados, os acionistas saíram vendendo papéis, num mecanismo conhecido como "efeito dominó".
Aos poucos, porém, a situação
foi se acalmando. Das 11h às 14h, a
Bolsa só cresceu, recuperando-se
das perdas do começo do pregão.
No final, a desvalorização de
ações de grandes bancos norte-americanos, que têm o Brasil como
credor, estancou o crescimento.
Mesmo assim, a Bolsa terminou a
9.349,56 pontos. O índice Nasdaq
fechou em baixa de 3,43 pontos.
Os 12 papéis de companhias telefônicas brasileiras, lideradas pela
Telebrás, fecharam o dia em queda. A Telebrás chegou a ter seu valor de face desvalorizado em 19%,
mas recuperou parte das perdas,
fechando em queda de 11%.
As ações telefônicas funcionam
como um dos indicadores de credibilidade no país.
Na Europa, as Bolsas tiveram um
dia de fuga desordenada de investimentos. Todos os mercados fecharam com baixas que variaram
de 3% a 4%, influenciados pela repercussão mundial da desvalorização, que resultou na queda da cotação do dólar em relação ao euro.
O pior baque foi sentido na Bolsa
de Madri, onde o índice das ações
mais negociadas chegou a cair
6,9%. Os papéis da Telefónica e do
Banco Bilbao Vizcaya, empresas
que entraram com investimentos
pesados no Brasil, foram os que
mais caíram, segundo relatos do
mercado.
Também foi grande o impacto na
Bolsa de Frankfurt que chegou a
cair 6%. O mercado alemão se recuperou e fechou com uma queda
de 5,16%. A Bolsa de Londres caiu
3,04% e a de Paris, quase 3,5%.
"Em toda a Europa as ações caíram acentuadamente, em parte
por causa da crise no Brasil", afirmou um operador do mercado
londrino.
"A situação no Brasil está provocando uma crise de falta de confiança geral. Os operadores estão
mais inclinados a vender do que a
comprar", disse um analista de um
banco espanhol.
O índice Merval, da Bolsa de
Buenos Aires, caiu duas vezes mais
que o índice Bovespa, fechando
ontem com uma baixa de mais de
10%.
Devido à turbulência nos mercados, a venda de 14,99% das ações
estatais da petroleira YPF, marcada para o próximo dia 20, deverá
ser adiada, segundo informou o
Ministério da Economia.
O mercado mexicano também
registrou forte queda de 4,6%, o oitavo recuo consecutivo. A Bolsa já
acumula perdas de 16,65% este
ano. O peso mexicano caiu ontem
4,16% em relação ao dólar.
Na Bolsa de Santiago, no Chile, o
índice IPSA, que reúne os 40 títulos mais negociados, fechou com
baixa de 4,97%, também influenciada pela saída do presidente do
Banco Central do Brasil.
O presidente do BC chileno, Carlos Massad, tentou tranquilizar o
mercado, afirmando que, "se a situação se limitar ao que já está
ocorrendo, não causará problemas
ao Chile".
Com agências internacionais
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