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"País lembra México de 94"
VANESSA ADACHI
da Reportagem Local
O novo presidente do Banco
Central, Francisco Lopes, foi
sabatinado por um grupo de
investidores estrangeiros ávidos por entender qual a extensão das mudanças.
Em uma conferência telefônica que começou às 13h e durou
duas horas, Lopes falou a 1.534
pessoas. O evento foi organizado pelo banco de investimentos dos EUA JP Morgan. Também participou o diretor da
área internacional do BC, Demósthenes Madureira Pinho.
Os investidores compararam
a desvalorização brasileira à do
México em dezembro 94,
quando o governo daquele país
perdeu o controle ao tentar
corrigir o câmbio.
Francisco Lopes disse que o
Brasil está em posição diferente. "Temos reservas mais fortes
e não estamos em processo de
corrigir o câmbio. Ainda temos
o compromisso de fazer uma
flexibilização gradual."
O presidente do BC afirmou
que a mudança foi previamente
discutida com o FMI, mas que
toda a responsabilidade era do
governo brasileiro.
Os investidores internacionais questionaram a capacidade de rolagem da dívida interna
brasileira. "A dívida interna
brasileira está 99% nas mãos do
sistema financeiro nacional, o
que torna sua rolagem quase
automática. Apenas cerca de
0,5% dela está com estrangeiros. A dívida interna não é problema", disse Lopes.
Perguntado sobre as especulações de que o Brasil poderia
adotar um câmbio fixo (paridade fixa com o dólar), Lopes
negou que a solução tivesse sido estudada agora. "Não vemos vantagem. Achamos que o
correto é dar flexibilidade ao
sistema cambial."
Lopes também negou que
existam conversas com o FMI
para antecipar a liberação de
parcelas do pacote de ajuda.
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