São Paulo, quinta, 14 de janeiro de 1999

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

"País lembra México de 94"

VANESSA ADACHI
da Reportagem Local

O novo presidente do Banco Central, Francisco Lopes, foi sabatinado por um grupo de investidores estrangeiros ávidos por entender qual a extensão das mudanças.
Em uma conferência telefônica que começou às 13h e durou duas horas, Lopes falou a 1.534 pessoas. O evento foi organizado pelo banco de investimentos dos EUA JP Morgan. Também participou o diretor da área internacional do BC, Demósthenes Madureira Pinho.
Os investidores compararam a desvalorização brasileira à do México em dezembro 94, quando o governo daquele país perdeu o controle ao tentar corrigir o câmbio.
Francisco Lopes disse que o Brasil está em posição diferente. "Temos reservas mais fortes e não estamos em processo de corrigir o câmbio. Ainda temos o compromisso de fazer uma flexibilização gradual."
O presidente do BC afirmou que a mudança foi previamente discutida com o FMI, mas que toda a responsabilidade era do governo brasileiro.
Os investidores internacionais questionaram a capacidade de rolagem da dívida interna brasileira. "A dívida interna brasileira está 99% nas mãos do sistema financeiro nacional, o que torna sua rolagem quase automática. Apenas cerca de 0,5% dela está com estrangeiros. A dívida interna não é problema", disse Lopes.
Perguntado sobre as especulações de que o Brasil poderia adotar um câmbio fixo (paridade fixa com o dólar), Lopes negou que a solução tivesse sido estudada agora. "Não vemos vantagem. Achamos que o correto é dar flexibilidade ao sistema cambial."
Lopes também negou que existam conversas com o FMI para antecipar a liberação de parcelas do pacote de ajuda.



Texto Anterior | Próximo Texto | Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Agência Folha.