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CÂMBIO
Banco Central atuou no mercado, mas com as saídas de ontem, janeiro acumula uma perda de mais de US$ 3 bi
US$ 1,057 bilhão deixa o Brasil
CRISTIANE PERINI LUCCHESI
da Reportagem Local
A evasão de divisas chegou a US$
1,057 bilhão ontem, até as 20h, um
volume considerado razoável para
um dia de mididesvalorização
cambial de 8,26%.
O mercado fecha às 21h30 e os
números ainda podem se alterar.
Entre os investidores e bancos,
chegou-se a falar em uma evasão
de até US$ 6 bilhões, que não se
confirmou.
Até as 20h, o fluxo cambial estava
negativo em US$ 827 milhões pelo
mercado de dólar comercial e US$
230 milhões pelo mercado de dólar
flutuante, um segmento do turismo.
Com as saídas de ontem, o mês
de janeiro acumula uma saída de
mais de US$ 3 bilhões, com as reservas, o caixa em moeda forte, em
patamares inferiores a US$ 33 bilhões.
Com a mididesvalorização, o
mercado de câmbio teve ontem
um dia pressionado.
O Banco Central atuou no mercado de dólar comercial, às 11h07,
e fez um leilão de venda de dólar a
R$ 1,32. O mercado calcula que tenham sido vendidos US$ 700 milhões.
Anteontem, o dólar comercial
para venda terminou o dia a R$
1,2110. Ou seja, o real foi desvalorizado em 8,26%.
O Banco Central também atuou
no mercado de dólar flutuante, um
segmento do turismo, vendendo
em torno de US$ 250 milhões. Colocou o dólar na cotação de R$
1,32, uma desvalorização de cerca
de 4,70% contra o fechamento de
anteontem, de R$ 1,258 em alguns
bancos.
O Banco Central também atuou
de maneira discreta realizando
vendas diretamente juntos aos
operadores de bancos. Não queria
realizar muitos leilões para evitar
uma tensão maior no mercado.
No mercado de dólar paralelo,
também houve uma forte desvalorização do real. O paralelo para
venda, que estava cotado a R$ 1,27,
subiu para R$ 1,37, uma desvalorização de 7,30%.
No mercado de dólar futuro, não
houve negócios. Com a mididesvalorização, o "circuit breaker" da Bolsa de Mercadorias & Futuros foi acionado. Para o contrato mais curto, os negócios param toda a vez que a variação atinge 1% e para o de vencimento em maio, 1,5%.
Para o presidente da Bolsa de Valores de São Paulo, Alfredo Rizkallah, a alteração na política cambial promovida pelo governo foi positiva. "O importante agora é o Congresso aprovar o ajuste fiscal e a reforma da Previdência", diz Rizakallah.
Segundo ele, o ajuste cambial veio para "estancar um processo de homorragia", mas é necessário ainda curar a doença.
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