São Paulo, quinta, 14 de janeiro de 1999

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Despencam os títulos da dívida

da Reportagem Local

Os títulos da dívida externa brasileira despencaram ontem em um primeiro momento, chegando aos patamares mais baixos desde agosto do ano passado, quando a Rússia decretou moratória e os investidores internacionais passaram a acreditar que o Brasil faria o mesmo.
Mas acabaram se recuperando no decorrer do dia, em um mercado volátil, de oscilações bruscas para cima e para baixo.
O C-bond, o título mais negociado, de vencimento em dez anos e meio na média, terminou o dia cotado a 50% do valor de face, uma baixa forte contra os 54,50% do valor de face do fechamento de anteontem.
Durante o dia, chegou a bater nos patamares mínimos de 48,25% do valor de face.
O IDU, outro título importante, mas de prazo médio de vencimento de um ano e dois meses, mais curto do que o C-bond, terminou o dia cotado a 78,75% do valor de face.
Ontem, estava a 82,3% no fechamento do mercado.
A diferença entre as taxas de juros pagas por esses títulos no mercado internacional e as taxas de juros pagas pelos títulos do Tesouro norte-americano de vencimento semelhante são, no entender do mercado financeiro, uma boa forma de medir o risco Brasil. É o chamado, no jargão dos investidores, "spread over Treasury".
Ontem, o C-bond passou a pagar juros 15 pontos percentuais superiores às taxas de juros dos títulos do Tesouro dos Estados Unidos, contra os 13 pontos percentuais pagos no fechamento de anteontem.
Como o mercado financeiro internacional acredita que o "risco Brasil" é maior no curto prazo, o IDU, de vencimento mais curto, acaba pagando um "spread over Treasury" maior, de 24,50 pontos percentuais.
Anteontem, o IDU fechou com o "spread over Treasury" em 21 pontos percentuais.



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