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Carro importado pode ficar 7% mais caro
ARTHUR PEREIRA FILHO
da Reportagem Local
A desvalorização do real deve
provocar alta de cerca de 7% no
preço dos carros importados. A
avaliação é de José Luiz Gandini,
presidente da Abeiva, entidade
que representa importadores de 19
marcas de veículos.
"Todas as nossas compras são
em dólar. O efeito da mudança
cambial será imediata." Gandini,
que é importador oficial da coreana Kia, diz que as montadoras instaladas no país também devem repassar para o consumidor o valor a
mais pago na compra de peças e
veículos importados.
Para o presidente da Abeiva, a alta de preços deve provocar queda
nas vendas. "Mas se o governo reduzir os juros, o mercado se anima
novamente", prevê Gandini.
Hugo Maia, presidente da Fenabrave (associação das concessionárias de veículos), diz que o ajuste
cambial era necessário e foi positivo, mas precisa ser "compensado
com a redução dos juros".
Para Maia, a desvalorização do
real terá "efeito imediato zero" sobre os preços dos carros, tanto importados como produzidos no
país.
"O redução do Imposto de Importação a partir de janeiro pode
contrabalançar o custo da mudança do câmbio", diz. A alíquota, sem
desconto, caiu de 49%, em 98, para
35% este ano.
Cautela
Mais cautelosas, as montadoras
pedem mais tempo para opinar sobre as mudanças. "Ainda estamos
avaliando. É muito cedo para fazer
comentários. Tomaremos todas as
medidas que considerarmos necessárias", afirma José Carlos Pinheiro Neto, presidente da Anfavea, a associação dos fabricantes
de veículos.
Pinheiro Neto disse que a decisão
de desvalorizar o real neste momento surpreendeu as montadoras. "A medida vai melhorar a
competitividade das exportações,
mas pode provocar impacto nos
preços internos."
Fiat, Ford e Volkswagen não quiseram falar sobre os efeitos da desvalorização do real sobre o setor. A
GM divulgou nota, afirmando que
a empresa está "avaliando com
tranquilidade a situação".
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