São Paulo, quinta, 14 de janeiro de 1999

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Carro importado pode ficar 7% mais caro

ARTHUR PEREIRA FILHO
da Reportagem Local

A desvalorização do real deve provocar alta de cerca de 7% no preço dos carros importados. A avaliação é de José Luiz Gandini, presidente da Abeiva, entidade que representa importadores de 19 marcas de veículos.
"Todas as nossas compras são em dólar. O efeito da mudança cambial será imediata." Gandini, que é importador oficial da coreana Kia, diz que as montadoras instaladas no país também devem repassar para o consumidor o valor a mais pago na compra de peças e veículos importados.
Para o presidente da Abeiva, a alta de preços deve provocar queda nas vendas. "Mas se o governo reduzir os juros, o mercado se anima novamente", prevê Gandini.
Hugo Maia, presidente da Fenabrave (associação das concessionárias de veículos), diz que o ajuste cambial era necessário e foi positivo, mas precisa ser "compensado com a redução dos juros".
Para Maia, a desvalorização do real terá "efeito imediato zero" sobre os preços dos carros, tanto importados como produzidos no país.
"O redução do Imposto de Importação a partir de janeiro pode contrabalançar o custo da mudança do câmbio", diz. A alíquota, sem desconto, caiu de 49%, em 98, para 35% este ano.

Cautela
Mais cautelosas, as montadoras pedem mais tempo para opinar sobre as mudanças. "Ainda estamos avaliando. É muito cedo para fazer comentários. Tomaremos todas as medidas que considerarmos necessárias", afirma José Carlos Pinheiro Neto, presidente da Anfavea, a associação dos fabricantes de veículos.
Pinheiro Neto disse que a decisão de desvalorizar o real neste momento surpreendeu as montadoras. "A medida vai melhorar a competitividade das exportações, mas pode provocar impacto nos preços internos."
Fiat, Ford e Volkswagen não quiseram falar sobre os efeitos da desvalorização do real sobre o setor. A GM divulgou nota, afirmando que a empresa está "avaliando com tranquilidade a situação".



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