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REPERCUSSÃO
Empresário do grupo Votorantim critica política cambial
e sugere a adoção de restrições à importação de supérfluos
Antonio Ermírio vê início de incentivo à exportação
da Reportagem Local
O empresário Antonio Ermírio
de Moraes, 70, vice-presidente do
conselho de administração do grupo Votorantim, disse que a mudança da política cambial é um primeiro passo, a conferir, para um
maior incentivo às exportações.
"A solução para os problemas do
Brasil é um aumento significativo
das exportações. A verdadeira riqueza de um país é o saldo na balança comercial, com o valor das
exportações bem maior do que o
das importações."
Além de defender uma política
econômica voltada para o aumento das exportações, Antonio Ermírio quer restrições às importações
de produtos supérfluos, principalmente de automóveis.
"Como pode um país pobre como o Brasil, com um desemprego
recorde, gastar US$ 2 bilhões por
ano com a importação de automóveis? É preferível andar numa carroça e jogar esses US$ 2 bilhões na
educação básica do que sair por aí
massageando o ego", afirmou.
O empresário criticou a política
de juros altos para a defesa da taxa
de câmbio sobrevalorizada. "Isso
faz com que as reservas cambiais
do país sejam formadas principalmente por capitais especulativos
de curto prazo", disse.
Numa referência à moratória da
dívida de Minas, disse que "basta
alguém abrir o bico para sair US$ 1
bilhão por dia do país".
Com relação à mudança de comando no Banco Central, Antonio
Ermírio afirmou que respeita muito Gustavo Franco, mas acha que
ele agiu como "um camelô" ao
conclamar, recentemente, grupos
estrangeiros a adquirir negócios
no país porque as empresas brasileiras estariam muito baratas.
Quanto a Francisco Lopes, futuro presidente do BC, Antonio Ermírio foi breve e enigmático: "Só
me lembro dele como um dos criadores do Plano Cruzado."
(ANTONIO CARLOS SEIDL)
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