São Paulo, quinta, 14 de janeiro de 1999

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Evangélicos condicionam seu apoio

FERNANDO GODINHO
da Sucursal de Brasília

As negociações do governo com a nova bancada evangélica do Congresso, estimada em 30 parlamentares, começaram ontem.
O ministro Pimenta da Veiga (Comunicações) recebeu no seu gabinete 18 deputados ligados à Igreja Universal do Reino de Deus e o bispo Carlos Rodrigues, que é o coordenador político da igreja -além de executivos da TV Record, que pertence à Universal.
Pimenta, que é um dos articuladores políticos do governo, pediu aos deputados que colaborem com nas votações do Congresso.
Os parlamentares confirmaram o apoio, mas disseram que cobrarão suas reivindicações após a conclusão das votações consideradas importantes pelo governo.

Católicos
O bispo Carlos Rodrigues disse que a bancada evangélica quer participar dos programas sociais do governo, que segundo ele hoje estão intimamente ligados à Igreja Católica.
Eles querem também, segundo Rodrigues, que o Ministério da Educação reduza o que chamou de "privilégio católico" nas aulas de ensino religioso nas escolas públicas brasileiras.
Além disso, reivindicam que as Forças Armadas abram espaço para a atuação de bispos evangélicos no Exército, na Marinha e na Aeronáutica. "Cerca de 30% dos militares brasileiros são evangélicos", calcula o bispo Rodrigues.
Nas últimas negociações com o governo no Congresso, os evangélicos conseguiram que suas igrejas não fossem afetadas pelo controle de ruídos previsto na legislação ambiental recentemente sancionada pelo presidente Fernando Henrique Cardoso.
O coordenador político da Igreja Universal afirmou que a bancada evangélica está "unida a favor das políticas do governo" e que "agora não é a hora de reivindicações". "Mas iremos lutar por questões pontuais assim que a crise for superada", disse o bispo.
Rodrigues disse que a nova bancada evangélica do Congresso é composta por partidos da base governista (PSDB, PFL, PPB e PMDB) e da oposição (PT e PDT). Há também parlamentares do Prona e do PTB.



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