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Evangélicos condicionam seu apoio
FERNANDO GODINHO
da Sucursal de Brasília
As negociações do governo com
a nova bancada evangélica do
Congresso, estimada em 30 parlamentares, começaram ontem.
O ministro Pimenta da Veiga
(Comunicações) recebeu no seu
gabinete 18 deputados ligados à
Igreja Universal do Reino de Deus
e o bispo Carlos Rodrigues, que é o
coordenador político da igreja
-além de executivos da TV Record, que pertence à Universal.
Pimenta, que é um dos articuladores políticos do governo, pediu
aos deputados que colaborem com
nas votações do Congresso.
Os parlamentares confirmaram
o apoio, mas disseram que cobrarão suas reivindicações após a conclusão das votações consideradas
importantes pelo governo.
Católicos
O bispo Carlos Rodrigues disse
que a bancada evangélica quer
participar dos programas sociais
do governo, que segundo ele hoje
estão intimamente ligados à Igreja
Católica.
Eles querem também, segundo
Rodrigues, que o Ministério da
Educação reduza o que chamou de
"privilégio católico" nas aulas de
ensino religioso nas escolas públicas brasileiras.
Além disso, reivindicam que as
Forças Armadas abram espaço para a atuação de bispos evangélicos
no Exército, na Marinha e na Aeronáutica. "Cerca de 30% dos militares brasileiros são evangélicos",
calcula o bispo Rodrigues.
Nas últimas negociações com o
governo no Congresso, os evangélicos conseguiram que suas igrejas
não fossem afetadas pelo controle
de ruídos previsto na legislação
ambiental recentemente sancionada pelo presidente Fernando Henrique Cardoso.
O coordenador político da Igreja
Universal afirmou que a bancada
evangélica está "unida a favor das
políticas do governo" e que "agora
não é a hora de reivindicações".
"Mas iremos lutar por questões
pontuais assim que a crise for superada", disse o bispo.
Rodrigues disse que a nova bancada evangélica do Congresso é
composta por partidos da base governista (PSDB, PFL, PPB e
PMDB) e da oposição (PT e PDT).
Há também parlamentares do Prona e do PTB.
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