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São Paulo, sexta-feira, 14 de fevereiro de 2003

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EMPRÉSTIMO

Quantia anual comporia reservas e se somaria a US$ 1,5 bi já programado

Brasil pode ter US$ 1 bi a mais do Bird

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O governo brasileiro poderá ter acesso a mais US$ 1 bilhão do Bird (Banco Mundial) neste ano e nos próximos para reforçar as reservas do país, além dos US$ 24 bilhões do FMI (Fundo Monetário Internacional).
O vice-presidente do Bird para a América Latina e Caribe, David de Ferranti, disse ontem ao ministro Antonio Palocci Filho (Fazenda) que é importante para o Brasil buscar rapidamente as principais reformas estruturais (tributária e previdenciária).
Ferranti ressaltou a importância do compromisso do governo de cumprir a LRF (Lei de Responsabilidade Fiscal), inclusive em relação aos Estados e aos municípios.
O governo federal, porém, tem pouca ingerência sobre a aplicação da LRF nos Estados e nos municípios. Essa atribuição é dos tribunais de contas e dos legislativos locais.
Segundo o Bird, o Brasil poderá ter acesso a empréstimos no valor de até US$ 10 bilhões até 2006. Está programado US$ 1,5 bilhão por ano para projetos. O valor chegaria a US$ 10 bilhões se o país negociar o saque de US$ 1 bilhão adicional por ano para as reservas.
Ferranti disse que Palocci não fez nenhum pedido específico ao Bird. Segundo ele, os programas e medidas de ajuste anunciados pelo governo brasileiro estão na direção certa.
O Bird, de acordo com Ferranti, dará apoio aos projetos do governo na área social porque os objetivos do organismo também são os de "reduzir a pobreza".

Aumento do superávit
"O recente anúncio de um superávit primário [economia de receitas para o pagamento de juros" de 4,25% é uma corajosa iniciativa por basear-se em reduções de despesas em vez de aumento de impostos. Isso é bom para o crescimento, para a estabilidade e, consequentemente, bom para os pobres."
Ferranti citou como prioritárias as reformas previdenciária e tributária, mas também relacionou a oferta de apoio do Bird nas áreas de ambiente e de educação.
O vice-presidente do Bird disse que a instituição está esperando as definições do Brasil sobre as suas prioridades em relação aos empréstimos da instituição.
O Bird vem investindo em 50 projetos no país, totalizando mais de US$ 4,5 bilhões. Desde 1949, o banco já investiu US$ 32 bilhões em programas de redução da pobreza e em empréstimos com o apoio do FMI. (SÍLVIA MUGNATTO)


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