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EMPRÉSTIMO
Quantia anual comporia reservas e se somaria a US$ 1,5 bi já programado
Brasil pode ter US$ 1 bi a mais do Bird
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O governo brasileiro poderá ter
acesso a mais US$ 1 bilhão do Bird
(Banco Mundial) neste ano e nos
próximos para reforçar as reservas do país, além dos US$ 24 bilhões do FMI (Fundo Monetário
Internacional).
O vice-presidente do Bird para a
América Latina e Caribe, David
de Ferranti, disse ontem ao ministro Antonio Palocci Filho (Fazenda) que é importante para o Brasil
buscar rapidamente as principais
reformas estruturais (tributária e
previdenciária).
Ferranti ressaltou a importância
do compromisso do governo de
cumprir a LRF (Lei de Responsabilidade Fiscal), inclusive em relação aos Estados e aos municípios.
O governo federal, porém, tem
pouca ingerência sobre a aplicação da LRF nos Estados e nos municípios. Essa atribuição é dos tribunais de contas e dos legislativos
locais.
Segundo o Bird, o Brasil poderá
ter acesso a empréstimos no valor
de até US$ 10 bilhões até 2006. Está programado US$ 1,5 bilhão por
ano para projetos. O valor chegaria a US$ 10 bilhões se o país negociar o saque de US$ 1 bilhão adicional por ano para as reservas.
Ferranti disse que Palocci não
fez nenhum pedido específico ao
Bird. Segundo ele, os programas e
medidas de ajuste anunciados pelo governo brasileiro estão na direção certa.
O Bird, de acordo com Ferranti,
dará apoio aos projetos do governo na área social porque os objetivos do organismo também são os
de "reduzir a pobreza".
Aumento do superávit
"O recente anúncio de um superávit primário [economia de receitas para o pagamento de juros"
de 4,25% é uma corajosa iniciativa por basear-se em reduções de
despesas em vez de aumento de
impostos. Isso é bom para o crescimento, para a estabilidade e,
consequentemente, bom para os
pobres."
Ferranti citou como prioritárias
as reformas previdenciária e tributária, mas também relacionou
a oferta de apoio do Bird nas áreas
de ambiente e de educação.
O vice-presidente do Bird disse
que a instituição está esperando
as definições do Brasil sobre as
suas prioridades em relação aos
empréstimos da instituição.
O Bird vem investindo em 50
projetos no país, totalizando mais
de US$ 4,5 bilhões. Desde 1949, o
banco já investiu US$ 32 bilhões
em programas de redução da pobreza e em empréstimos com o
apoio do FMI.
(SÍLVIA MUGNATTO)
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