DA REDAÇÃO

Mais dois bancos divulgaram resultados bilionários para o ano passado. O grupo Unibanco encerrou 2002 com lucro líquido de R$ 1,01 bilhão, um crescimento de 3,9% em relação ao ano anterior. O ABN-Amro teve desempenho ainda melhor: lucro líquido de R$ 1,208 bilhão, 54% superior ao resultado alcançado em 2001.
Esse crescimento no lucro no Unibanco, na verdade, não foi suficiente para repor a inflação de 2002 -12,53%. O crescimento das receitas de prestação de serviços foi, segundo o diretor-executivo do Unibanco, Lucas Melo, um dos destaques do resultado. Esse tipo de receita totalizou R$ 2,616 bilhões, um crescimento de 19,7% ante 2001.
O retorno sobre o patrimônio líquido foi de 16%. Isso significa que, para cada R$ 100 de capital próprio investido no país, o Unibanco teve retorno de R$ 16.
O ABN teve retorno sobre o patrimônio líquido de 25,5%. Em nota divulgada ontem, o banco diz que a rentabilidade se deve a "investimentos que foram realizados no Brasil desde a aquisição do Banco Real, em 1998".
A média dos bancos em 2002 foi de uma rentabilidade sobre o patrimônio líquido de 21%, segundo Alan Marinovic, analista econômico da ABM Consulting. De acordo com ele, essa é uma rentabilidade muito boa. "Nenhum outro setor da economia apresenta uma rentabilidade tão alta."
A carteira de crédito do ABN cresceu 23,4% no ano passado e alcançou R$ 17,4 bilhões. Isso "apesar das incertezas do período eleitoral e do cenário internacional conturbado", disse o banco.

Captação
O Unibanco abriu ontem mais uma captação de recursos no exterior, com emissão de eurobônus. A intenção é captar US$ 70 milhões. A operação deve ser concluída até a próxima quarta-feira.
O Banespa também encerrou ontem uma captação de US$ 50 milhões, por meio de emissão de eurobônus, com prazo de vencimento de 12 meses. É a primeira captação do banco em dez anos.