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São Paulo, sexta-feira, 14 de fevereiro de 2003

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Eletropaulo tem pior avaliação do Sudeste

Lado de Almeida - 15.mai.01/Folha Imagem
Funcionário da Eletropaulo confere a atuação do sistema de transmissão de energia elétrica no painel de controle que fica na sede da companhia, em São Paulo


HUMBERTO MEDINA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A Eletropaulo é a pior distribuidora de energia elétrica da região Sudeste e a segunda pior entre as grandes empresas do país, de acordo com a avaliação de satisfação dos clientes. A pesquisa foi divulgada ontem pela Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) e o resultado poderá afetar o reajuste das tarifas em 2004.
De acordo com a pesquisa, entre as distribuidoras classificadas como de grande porte, a pior é a Celg (GO), com índice de satisfação dos clientes de 56,55%. A Eletropaulo teve índice de 58,07%.
Na pesquisa, as distribuidoras que permanecem sob controle estatal tiveram, em média, índice de satisfação maior (68,29%) do que o das privadas (63,19%).
A pesquisa foi feita pelo Vox Populi entre novembro e dezembro do ano passado e foram ouvidas 19,2 mil pessoas. O índice mede a qualidade do serviço prestado em relação às expectativas que os consumidores têm -quanto mais próximo das expectativas, maior o percentual de satisfação.
Segundo José Mário Abdo, diretor-geral da Aneel, o resultado pode ser considerado "regular" e as empresas podem melhorar.
A insatisfação dos clientes da Eletropaulo poderá significar um reajuste de tarifa menor para a empresa em 2004. Isso acontece porque, de acordo com a metodologia definida para a revisão tarifária, quanto pior o desempenho na pesquisa, maior o redutor que será adotado para o IGP-M.
A revisão tarifária é diferente do reajuste que acontece anualmente. A revisão é periódica -de quatro em quatro anos, na maior parte dos casos- e serve para que que a Aneel analise o desempenho econômico das distribuidoras e redefina o valor da tarifa que deve ser cobrada.
Nessa revisão é definido o redutor do IGP-M, índice que, por contrato, corrige as tarifas. O redutor é chamado de Fator X. As distribuidoras com baixo nível de avaliação dos clientes podem ter esse redutor elevado em até um ponto percentual (quanto maior o redutor, menor o reajuste).
Neste ano há revisão tarifária para 17 distribuidoras, entre elas a Eletropaulo. O redutor do IGP-M (Fator X), no entanto, só será aplicado no reajuste de 2004. Até lá, a distribuidora pode tentar melhorar seu desempenho e ser mais bem avaliada por seus clientes. Como o Fator X só será aplicado em 2004, haverá tempo para uma nova pesquisa entre os usuários.

Outro lado
O vice-presidente da Eletropaulo, Cyro Vicente Boccuzzi, disse que, apesar de estar mal colocada no ranking, a empresa melhorou muito. Segundo ele, o resultado da pesquisa será analisado pela empresa "com humildade".
Boccuzzi lembrou que o cliente da região metropolitana é mais crítico que o do interior e que parte da melhoria dos serviços -como a redução do tempo no atendimento às reclamações- acaba esquecida pelo cliente no momento da pesquisa.
Para o diretor técnico da Celg (GO), Rafael Murolo Filho, parte do mau desempenho da empresa pode ser creditado à própria Aneel. "Houve uma política tarifária equivocada da agência em relação à Celg", disse. Segundo ele, por dois anos a Aneel não concedeu reajuste de tarifas para a distribuidora.
Segundo ele, a baixa rentabilidade da empresa influiu na qualidade dos serviços prestados aos clientes. Além disso, ele informou que a empresa esteve para ser privatizada e que esse processo, que acabou não se concretizando, desgastou a imagem da Celg.
A Cerj divulgou nota oficial informando que o desempenho da empresa melhorou em 2002 e que recentemente saiu da relação das dez empresas com maior número de reclamações no Procon do Rio.


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