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Bolsas caem com crise imobiliária nos EUA
Na Bovespa, baixa foi de 3,39%; mercado mundial teme quebra de empresas que fazem empréstimos habitacionais nos EUA
Detonador foi divulgação de aumento na inadimplência de hipotecas de americanos em 2006; resultado do varejo também desagradou
FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL
Temores sobre a saúde financeira do setor imobiliário norte-americano abalou as Bolsas
de Valores na maior parte do
mundo. Para a Bovespa, o saldo
foi uma queda de 3,39%.
Na última sexta-feira, começou a ganhar força no mercado
as preocupações com o futuro
das instituições que fazem financiamentos habitacionais,
especialmente a pessoas com
histórico de crédito ruim. Ontem foi noticiado que houve aumento indesejável na inadimplência das hipotecas nos EUA
no último trimestre de 2006.
Em Wall Street, o índice Dow
Jones, teve queda de 1,97%, puxado por ações do setor financeiro. A Bolsa eletrônica Nasdaq caiu 2,15%.
Têm aumentado no mercado
as dúvidas em relação ao impacto que problemas no setor
imobiliário possam ter no sistema financeiro americano.
As ações do Bear Stearns estiveram entre as que mais sofreram na Bolsa de Nova York,
desabando 6,64%. Também foram destaque negativo as ações
do JP Morgan Chase, que perderam 4,38%.
Na Bolsa de Valores de São
Paulo, nenhum dos 58 papéis
que formam o índice Ibovespa
conseguiu terminar o pregão de
ontem em alta. Desde o começo
da atual fase de turbulências
-desencadeada pela queda de
quase 9% da Bolsa da China em
27 de fevereiro-, a Bovespa
acumula perdas de 7,5%.
Refletindo o dia ruim que
abateu os mercados, o risco-país brasileiro registrou alta de
3,66% e foi a 198 pontos.
O dólar também acabou por
subir diante do real, interrompendo uma seqüência de cinco
dias seguidos de baixa. Ontem o
dólar fechou a R$ 2,104, em alta
de 0,77%.
Além da inquietação gerada
pelo setor imobiliário, o desempenho do varejo nos Estados Unidos desagradou. Ontem
foi divulgado que as vendas do
varejo em fevereiro tiveram tímido crescimento de 0,1%,
abaixo das projeções dos analistas. Ou seja, o dado demonstrou que a maior economia do
mundo está em ritmo mais fraco que o desejado.
"Os mercados, que têm vivido dias de bastante volatilidade, têm se mostrado muito sensíveis aos indicadores de curto
prazo", afirma Roberto Padovani, economista-chefe do banco WestLB. "No caso do setor
imobiliário, apesar da repercussão negativa de ontem dentre os investidores, entendo
que não há uma contaminação
geral", diz o economista.
A Europa não se isolou. Houve quedas relevantes nas Bolsas
de Frankfurt (-1,36%), Londres
(-1,16%) e Paris (-1,15%), com
analistas citando as preocupações com as instituições de crédito hipotecário nos EUA.
Nos próximos, a divulgação
de dados econômicos americanos seguirão concentrando as
atenções nos mercados globais.
Na quinta e na sexta, dois dos
mais importantes dados de inflação dos EUA serão divulgados. O PPI (índice de preços ao
produtor, na sigla em inglês),
sai amanhã. No dia seguinte, é a
vez do CPI (que mede a inflação
ao consumidor). Além disso,
sairá o resultado da produção
industrial do mês passado.
Perdas
As agitadas últimas duas semanas têm se refletido na saída
de capital estrangeiro da Bovespa. Do dia 27 de fevereiro
até o último dia 8, os estrangeiros mais venderam que compraram ações na Bovespa em
montante de aproximadamente R$ 762,1 milhões.
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