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Outra empresa suspende crédito imobiliário
DENYSE GODOY
DE NOVA YORK
Depois da New Century Financial, ontem outra empresa
americana especializada em
empréstimos imobiliários para
pessoas com histórico de crédito ruim -o chamado "segmento subprime"- avisou estar em
dificuldades financeiras. A Accredited Home Lenders afirmou que, se não obtiver mais
recursos, poderá ir à falência.
Na segunda, a New Century
informou ter suspendido a concessão de novos empréstimos
por falta de fundos. Ontem, disse que a SEC (Securities and
Exchange Comission, órgão regulatório semelhante à Comissão de Valores Mobiliários no
Brasil) solicitou documentos
para investigação sobre sua
contabilidade. As preocupações com o setor crescem a cada dia, no mercado financeiro e
entre os economistas.
E está no grande crescimento
da taxa de inadimplência o motivo para o aumento dos temores. Segundo levantamento da
Associação de Bancos de Hipoteca, chegou a 13,33% no último trimestre de 2006 a taxa de
não-pagamento dos empréstimos no "segmento subprime",
contra 12,56% no trimestre anterior. É a maior taxa desde
2003. No nicho "prime" -cujos
clientes gozam juro baixo por
terem histórico de crédito mais
positivo-, a inadimplência subiu de 2,44% para 2,57%.
Segundo alguns especialistas, a forte alta nos preços das
casas, devido ao superaquecimento do mercado imobiliário,
é uma das explicações para o
crescimento da inadimplência.
Outra é a elevação da taxa de juros americana -a partir de
2004 ela subiu de 1% ao ano para os atuais 5,25% ao ano.
Ficou cada vez mais difícil
para quem contratou um financiamento para comprar a casa
própria pagar as mensalidades.
Na economia dos EUA, isso
afeta o consumo das famílias. O
mercado imobiliário também
sofre: as casas começam a se
desvalorizar. Mas os analistas
relutam em afirmar que tal
processo vá levar à recessão
porque outras áreas da economia americana caminham relativamente bem.
Se as companhias que fornecem crédito forem à falência,
quem investe nelas também terá prejuízos porque o dinheiro
que repassam aos clientes é
captado de instituições financeiras que compram cota (título mobiliário) de um fundo formado pelos empréstimos -é
como se a instituição desse parte dos recursos ao crédito, recebendo-a de volta com juros.
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