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Outro lado
Empresa nega irregularidade no processo
DA AG. FOLHA, EM CAMPO GRANDE
O diretor de energia da
EBX Siderurgia, Paulo
Monteiro, afirmou ontem
que não houve irregularidade na concessão de licenças ambientais e que as
acusações do MPF (Ministério Público Federal) serão respondidas após a
empresa ser notificada pela Justiça.
Monteiro nega que a licença de instalação tenha
sido concedida no prazo
de um dia. Disse que as
normas ambientais foram
respeitadas e acordadas
com o Ministério Público
Estadual.
"Não conseguimos a licença de uma dia para o
outro. O nosso processo
deu entrada no Imap [Instituto de Ambiente Pantanal] no dia 27 de outubro
[de 2006]. Eu acredito que
o processo do pedido tenha sido concluído no dia
27 de dezembro", afirmou.
Ainda segundo o diretor, o carvão para a usina
será produzido em Mato
Grosso do Sul, mas não será dispensado o de origem
estrangeira.
"Nós compramos duas
cargas de carvão boliviano
pela oportunidade de mercado em janeiro ou fevereiro passado. O carvão foi
legalmente fabricado na
Bolívia. Por que não podemos comprar?", questionou. Ele disse que o projeto em Corumbá nada tem
a ver com o projeto na Bolívia.
Monteiro também defendeu a doação da área da
obra pelo governo do Estado. "O Estado tem interesse que haja investimento
no Estado, com emprego e
impostos. Assim como a
Bahia deu para a Ford o
terreno, o Estado de Mato
Grosso do Sul nos doou a
área. Do fim de 2005 a novembro de 2006, foram
gastos [pela EBX] no comércio de Corumbá R$ 12
milhões."
Por meio de sua assessoria, o empresário Eike Batista, do grupo EBX, afirmou ontem que sua doação para campanhas eleitorais nada tem a ver com
a concessão de licenças
ambientais. Sobre as outras questões, a assessoria
de Batista recomendou à
reportagem que falasse
com Monteiro.
O ex-secretário estadual
de Meio Ambiente José
Elias Moreira, que assinou
as licenças ambientais,
afirmou que as "autorizações obedeceram a legislação e a legalidade" e ocorreram com "conhecimento do Ibama".
O superintendente do
Ibama (Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis) de Mato Grosso do
Sul, Nereu Fontes, afirmou que o órgão avaliou
ser de competência do governo do Estado o licenciamento da usina da EBX.
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