São Paulo, quarta-feira, 14 de março de 2007

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Outro lado

Empresa nega irregularidade no processo

DA AG. FOLHA, EM CAMPO GRANDE

O diretor de energia da EBX Siderurgia, Paulo Monteiro, afirmou ontem que não houve irregularidade na concessão de licenças ambientais e que as acusações do MPF (Ministério Público Federal) serão respondidas após a empresa ser notificada pela Justiça.
Monteiro nega que a licença de instalação tenha sido concedida no prazo de um dia. Disse que as normas ambientais foram respeitadas e acordadas com o Ministério Público Estadual.
"Não conseguimos a licença de uma dia para o outro. O nosso processo deu entrada no Imap [Instituto de Ambiente Pantanal] no dia 27 de outubro [de 2006]. Eu acredito que o processo do pedido tenha sido concluído no dia 27 de dezembro", afirmou.
Ainda segundo o diretor, o carvão para a usina será produzido em Mato Grosso do Sul, mas não será dispensado o de origem estrangeira.
"Nós compramos duas cargas de carvão boliviano pela oportunidade de mercado em janeiro ou fevereiro passado. O carvão foi legalmente fabricado na Bolívia. Por que não podemos comprar?", questionou. Ele disse que o projeto em Corumbá nada tem a ver com o projeto na Bolívia.
Monteiro também defendeu a doação da área da obra pelo governo do Estado. "O Estado tem interesse que haja investimento no Estado, com emprego e impostos. Assim como a Bahia deu para a Ford o terreno, o Estado de Mato Grosso do Sul nos doou a área. Do fim de 2005 a novembro de 2006, foram gastos [pela EBX] no comércio de Corumbá R$ 12 milhões."
Por meio de sua assessoria, o empresário Eike Batista, do grupo EBX, afirmou ontem que sua doação para campanhas eleitorais nada tem a ver com a concessão de licenças ambientais. Sobre as outras questões, a assessoria de Batista recomendou à reportagem que falasse com Monteiro.
O ex-secretário estadual de Meio Ambiente José Elias Moreira, que assinou as licenças ambientais, afirmou que as "autorizações obedeceram a legislação e a legalidade" e ocorreram com "conhecimento do Ibama".
O superintendente do Ibama (Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis) de Mato Grosso do Sul, Nereu Fontes, afirmou que o órgão avaliou ser de competência do governo do Estado o licenciamento da usina da EBX.


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