DA REPORTAGEM LOCAL

Os contratos de juros futuros negociados na BM&F (Bolsa de Mercadorias & Futuros) tiveram expressiva elevação ontem por causa da ata da mais recente reunião do Copom. "Foi bem mais dura do que o mercado esperava", afirma Paulo Nepomuceno, estrategista da corretora Coinvalores.
"O Banco Central sempre demonstra, nos documentos, uma certa preocupação com o descompasso entre demanda e oferta, porque daí podem vir maiores pressões inflacionárias. Desta vez, a preocupação pareceu ter crescido", diz Nepomuceno.
A maior alta foi observada nos contratos DI (Depósito Interfinanceiro), que têm prazos mais curtos, indicando que os investidores esperam que um aumento da taxa de juros, se houver, aconteça ainda neste ano.
O DI que vence em janeiro de 2009 subiu de 12,02% na quarta-feira para 12,17% ontem. Os de prazo mais longo registraram elevação inferior: o DI de janeiro de 2010 avançou de 12,81% para 12,98%, e o de janeiro de 2012 passou de 12,79% para 12,95%.
As palavras do Copom juntaram-se a outro dado econômico, que, divulgado na véspera, também incomodou: o salto de 6,5% no consumo das famílias em 2007, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). "Mas um possível desaquecimento da economia mundial afetaria a confiança do consumidor", afirma Nepomuceno. O pacote cambial anunciado pelo governo foi outro fator a impulsionar os juros.
O mercado de juros ainda não fechou suas apostas sobre quando poderia se dar um aumento da taxa Selic e qual o tamanho da elevação. "Teria que ser de um a dois pontos percentuais. Não valeria a pena se mexer por menos que isso."
(DENYSE GODOY)

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