São Paulo, sábado, 14 de março de 2009

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Sindicatos e Embraer não chegam a acordo

TRT fez duas propostas, aceitas pelos sindicalistas, mas não pela empresa

Diante do impasse, ficou para a próxima quarta-feira, dia 18, a decisão do tribunal de Campinas sobre os 4.200 cortes feitos pela Embraer

MAURÍCIO SIMIONATO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CAMPINAS

A segunda audiência de conciliação entre Embraer e sindicatos terminou ontem novamente sem acordo, e o TRT da 15ª Região, em Campinas (SP), julgará na próxima quarta-feira os 4.200 cortes feitos pela empresa no dia 19 de fevereiro. A liminar que suspendeu as rescisões contratuais foi mantida pelo tribunal até o julgamento.
O presidente do TRT, desembargador Luís Carlos Cândido Martins Sotero da Silva, iniciou a audiência apresentando duas propostas, mas a Embraer não as aceitou completamente e, por sua vez, ofereceu uma contraproposta -considerada "ridícula" pelos sindicatos.
Na primeira proposta, o desembargador sugeriu que a Embraer suspenda os contratos de trabalho dos demitidos para a qualificação profissional deles em um prazo de 12 meses. Eles seriam matriculados em cursos e receberiam uma bolsa a ser custeada nos primeiros cinco meses pelo FAT e, no período restante, pela Embraer.
A segunda proposta era a rescisão do contrato de trabalho dos demitidos mediante o pagamento adicional de um salário para cada ano trabalhado pelo dispensado (com limite de 15), além das indenizações já previstas em lei.
Foi sugerido ainda pelo TRT a garantia da contratação preferencial do demitido no prazo de dois anos na hipótese da reativação dos mesmos postos de trabalho, a manutenção do plano médico familiar pelo período de 12 meses e a garantia de estabilidade de emprego, para aqueles não dispensados, por um período de 120 dias.
Representantes da Embraer propuseram a manutenção por 12 meses de plano médico gratuito a todos os demitidos e seus dependentes, uma compensação de dois salários de R$ 3.500 para cada um e a preferência na seleção dos demitidos no caso de reativação da atividade econômica em dois anos.
Os sindicatos, consideraram "positivas" as propostas feitas pelo TRT, mas não concordaram com as da Embraer.


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