São Paulo, sábado, 14 de março de 2009

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CARGAS

Crise deixa caminhoneiros sem carga para transportar

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Com menos trabalho por conta da crise econômica, os caminhoneiros autônomos se aglomeram nos terminais à espera de serviço.
No pátio do terminal do Parque Novo Mundo, na zona norte de São Paulo, quase 1.000 caminhões estavam parados ontem. Normalmente, o número não passa de 500, segundo a Abcam (Associação Brasileira dos Caminhoneiros).
Se antes um caminhoneiro não ficava mais de um dia sem frete, agora alguns estão há mais de uma semana sem perspectiva de trabalho e vivendo em condições precárias no terminal, sem condições de higiene e segurança.
Marcelo Azevedo Bezerra, 36, está desde sábado dormindo no caminhão sem perspectiva de trabalhar.
"Diziam que, se os caminhões parassem, o Brasil também parava. Se isso for mesmo verdade, então essa crise está grave", afirma.
José Alves de Brito, 60, já pensa até em vender seu caminhão. A última grande viagem que ele fez, para Rondônia, foi no final de janeiro. Desde então, não arrumou mais nada. Está há uma semana no terminal do Parque Novo Mundo. Diz que precisa desembolsar R$ 15 por dia para deixar o caminhão lá, além das despesas básicas.
"Já vi várias crises desde que comecei, há 20 anos. Mas nunca vi nenhuma como esta. Esta é, sem dúvida, a pior. Estou há semanas só gastando dinheiro", diz.
(PAULO DE ARAUJO)


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