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BC discute diversificar as reservas
Alto custo de manutenção e dólar em queda estimulam a recomposição
Mas banco diz que reservas altas significam capacidade de pagamento da dívida, o que melhora a percepção do risco brasileiro no exterior
DA REPORTAGEM LOCAL
O Banco Central admite que
a composição das reservas não
faz mais sentido como instrumento para garantir o pagamentos de dívidas em moeda
estrangeira e discute internamente a remodelação de sua
composição.
Alguns fatores colocam em
xeque a atual composição das
reservas internacionais brasileiras: o alto custo para mantê-las com o baixo rendimento
desses papéis, o risco cambial
de depender do dólar em queda
e mudanças recentes na economia internacional, como o ganho de importância do euro e o
forte crescimento da China.
A discussão também aconteceu na China, que anunciou a
criação de uma agência para
administrar suas reservas, que
somam US$ 1,2 trilhão. A idéia
de Pequim era diversificar o
risco e maximizar o retorno.
Ainda em janeiro, na casa de
US$ 91 bilhões, as reservas pagavam quase 11 meses de importação, que somavam US$
8,47 bilhões mensais. E cobriam 55,7% da dívida externa,
que somava US$ 163,3 bilhões
(pública e privada).
"Não há um consenso sobre o
tamanho ideal das reservas.
US$ 200 bilhões zeraria a dívida externa e ainda traria um
colchão de US$ 30 bilhões para
eventualidades", disse Alex
Agostini, economista-chefe da
Austin Asis.
Hoje, as reservas brasileiras
somam US$ 111 bilhões, mas já
desceram ao piso de US$ 28 bilhões em junho de 2000, após a
crise que culminou na desvalorização do real em janeiro de
1999. Nos meses anteriores à
desvalorização, o BC queimava
as reservas para manter o dólar
ao câmbio de R$ 1,21.
O Banco Central, no entanto,
descarta se desfazer de parte
das reservas internacionais.
Argumenta que reservas altas
significam capacidade de pagamento de sua dívida, o que melhora a percepção do risco brasileiro. "Não há como as agências de risco serem insensíveis
ao crescimento das reservas. As
agências vão levar em conta as
reservas na avaliação de risco
soberano", disse Octavio de
Barros, diretor de Pesquisa Macroeconômica do Bradesco.
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