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Argentina já tem US$ 37,5 bilhões, nível recorde
BRUNO LIMA
DE BUENOS AIRES
As reservas do Banco Central argentino chegaram aos
US$ 37,5 bilhões e atingiram
seu nível histórico recorde. O
dado, além de favorecer o
presidente Néstor Kirchner
na corrida eleitoral deste
ano, permite que ele engrosse seu discurso de desdém
absoluto ao FMI (Fundo
Monetário Internacional).
"Senhor [diretor-gerente
do FMI, Rodrigo] Rato, deixe
de nos criticar porque os argentinos, com nossos próprios meios, estamos saindo
[da crise] e certamente não
haverá governo argentino
que vá pedir ao Fundo orientações nem dinheiro", afirmou Kirchner, durante discurso feito anteontem.
A marca anterior, registrada em janeiro de 2001, antes
da crise generalizada, estava
em US$ 37,38 bilhões.
Conforme lembrou o presidente do BC argentino,
Martín Redrado, no entanto,
em 2001, esse nível foi alcançado durante a chamada
operação de "blindagem" financeira do então presidente Fernando de la Rúa, quando valores obtidos para cumprir obrigações relacionadas
à dívida externa foram incluídos nas reservas. Depois,
veio a fuga de divisas.
A nova marca, segundo Redrado, se deve "ao superávit
na balança comercial e à força da disciplina fiscal". Ele
ressaltou que, ao contrário
do que foi feito em janeiro do
ano passado, quando US$
9,53 bilhões foram usados
para quitar a dívida com o
FMI, desta vez as reservas
não serão usadas para pagar
dívidas.
Foi outro recado direto ao
Fundo e aos 19 países membros do Clube de Paris (formado por nações que são
credoras internacionais),
que, mais de uma vez, sugeriram que o dinheiro fosse usado para saldar o débito.
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