São Paulo, sábado, 14 de abril de 2007

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Argentina já tem US$ 37,5 bilhões, nível recorde

BRUNO LIMA
DE BUENOS AIRES

As reservas do Banco Central argentino chegaram aos US$ 37,5 bilhões e atingiram seu nível histórico recorde. O dado, além de favorecer o presidente Néstor Kirchner na corrida eleitoral deste ano, permite que ele engrosse seu discurso de desdém absoluto ao FMI (Fundo Monetário Internacional).
"Senhor [diretor-gerente do FMI, Rodrigo] Rato, deixe de nos criticar porque os argentinos, com nossos próprios meios, estamos saindo [da crise] e certamente não haverá governo argentino que vá pedir ao Fundo orientações nem dinheiro", afirmou Kirchner, durante discurso feito anteontem.
A marca anterior, registrada em janeiro de 2001, antes da crise generalizada, estava em US$ 37,38 bilhões.
Conforme lembrou o presidente do BC argentino, Martín Redrado, no entanto, em 2001, esse nível foi alcançado durante a chamada operação de "blindagem" financeira do então presidente Fernando de la Rúa, quando valores obtidos para cumprir obrigações relacionadas à dívida externa foram incluídos nas reservas. Depois, veio a fuga de divisas.
A nova marca, segundo Redrado, se deve "ao superávit na balança comercial e à força da disciplina fiscal". Ele ressaltou que, ao contrário do que foi feito em janeiro do ano passado, quando US$ 9,53 bilhões foram usados para quitar a dívida com o FMI, desta vez as reservas não serão usadas para pagar dívidas.
Foi outro recado direto ao Fundo e aos 19 países membros do Clube de Paris (formado por nações que são credoras internacionais), que, mais de uma vez, sugeriram que o dinheiro fosse usado para saldar o débito.


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