São Paulo, segunda-feira, 14 de abril de 2008

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País propõe ajuda a pobres via comércio

DO ENVIADO A WASHINGTON

O governo brasileiro propôs ontem ao Bird e ao FMI uma mudança significativa na atuação dos dois organismos para ajudar os países mais pobres a enfrentar a volta da inflação de alimentos.
Em discurso no Comitê de Desenvolvimento, o ministro Guido Mantega (Fazenda) propôs que seja dada nova prioridade aos países de renda média (caso do Brasil) para que eles possam ajudar os mais pobres via comércio e parcerias tecnológicas.
"A prioridade do Banco Mundial em relação aos países mais pobres deveria levar a um engajamento maior em direção aos países de renda média, onde 70% dos pobres vivem. Esses países podem ajudar os mais pobres [caso dos africanos e outros no Caribe] via comércio, integração regional e cooperação", disse Mantega.
O governo brasileiro propôs que o Banco Mundial passe a financiar parcerias entre esses dois grupos de países, mais parecidos entre si, em áreas como governança e pesquisa agropecuária.
Nos discursos dos representantes de países desenvolvidos, a ênfase para o desenvolvimento continua sendo a injeção direta de recursos e alimentos para os mais pobres, sobretudo na África.
A ministra da Economia da França, Christine Lagarde, defendeu a continuidade do modelo atual de ajuda aos países pobres, mas não fez nenhuma referência à questão das tarifas e subsídios agrícolas em seu país -tidos como responsáveis por desestimular uma produção maior de alimentos em vários países do mundo.
Já Henry Paulson, secretário do Tesouro dos EUA, ressaltou que "a relação direta entre comércio e crescimento é crítica para combater a pobreza".

Além de cobrar o fim dos subsídios na UE e EUA, Mantega lembrou que "muitos países desenvolvidos não vêm honrando seus compromissos de ajuda aos países pobres e à África".


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