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País propõe
ajuda a pobres
via comércio
DO ENVIADO A WASHINGTON
O governo brasileiro
propôs ontem ao Bird e ao
FMI uma mudança significativa na atuação dos
dois organismos para ajudar os países mais pobres a
enfrentar a volta da inflação de alimentos.
Em discurso no Comitê
de Desenvolvimento, o
ministro Guido Mantega
(Fazenda) propôs que seja
dada nova prioridade aos
países de renda média (caso do Brasil) para que eles
possam ajudar os mais pobres via comércio e parcerias tecnológicas.
"A prioridade do Banco
Mundial em relação aos
países mais pobres deveria
levar a um engajamento
maior em direção aos países de renda média, onde
70% dos pobres vivem. Esses países podem ajudar os
mais pobres [caso dos africanos e outros no Caribe]
via comércio, integração
regional e cooperação",
disse Mantega.
O governo brasileiro
propôs que o Banco Mundial passe a financiar parcerias entre esses dois grupos de países, mais parecidos entre si, em áreas como governança e pesquisa
agropecuária.
Nos discursos dos representantes de países desenvolvidos, a ênfase para
o desenvolvimento continua sendo a injeção direta
de recursos e alimentos
para os mais pobres, sobretudo na África.
A ministra da Economia
da França, Christine Lagarde, defendeu a continuidade do modelo atual
de ajuda aos países pobres,
mas não fez nenhuma referência à questão das tarifas e subsídios agrícolas
em seu país -tidos como
responsáveis por desestimular uma produção
maior de alimentos em vários países do mundo.
Já Henry Paulson, secretário do Tesouro dos
EUA, ressaltou que "a relação direta entre comércio e crescimento é crítica
para combater a pobreza".
Além de cobrar o fim
dos subsídios na UE e
EUA, Mantega lembrou
que "muitos países desenvolvidos não vêm
honrando seus compromissos de ajuda aos países
pobres e à África".
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