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São Paulo, quarta-feira, 14 de maio de 2003

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O VAIVÉM DAS COMMODITIES

Batendo palmas
A indústria está batendo palmas para a situação atual do mercado do milho. Após amargar preços elevadíssimos no ano passado, ela já espera pagar R$ 15 por saca de milho produzido na safrinha. Essa situação encobre, no entanto, uma grande armadilha para o setor industrial no ano que vem, diz Fernando Muraro.

Fuga do milho
Muraro diz que, há dois meses, uma saca de soja correspondia ao valor de 1,7 saca de milho. Ontem, essa paridade subiu para 2,2 sacas de milho para uma de soja. Essa discrepância pode aumentar ainda mais a opção do produtor de milho pela soja no verão. No inverno, ele trocaria o milho pelo trigo. Se isso ocorrer, volta o cenário de desabastecimento de milho.

Mudança de rumo
Só uma geada mudaria esse quadro que se desenha para o milho nos próximos meses, diz Muraro. A indústria vai continuar apostando em preços baixos e o produtor, quanto menos receber neste ano, mais vai reduzir a área no ano que vem, diz ele.

Excesso de negócios
Os recordes de preços registrados pela soja na Bolsa de Chicago nos últimos dias provocaram também um expressivo volume nos negócios. Preços recordes, volumes aquecidos e uma mudança no sistema de liquidação que a Bolsa estava promovendo endoideceram o sistema.

Atrasos
Por conta desse excesso de negócios e de mudanças no sistema, a Bolsa iniciou ontem as negociações com uma hora e meia de atraso.

ICMS no álcool
Será discutida hoje na Assembléia Legislativa de São Paulo a redução de 25% para 12% no ICMS sobre o álcool hidratado. O governo estadual perderia R$ 80 milhões, mas seria recompensado pela ampliação da base de arrecadação. Diminuiria a sonegação e o "passeio" das notas fiscais do produto.

Exportações de café
As receitas com as exportações de café verde e solúvel atingiram US$ 485 milhões nos quatro primeiros meses deste ano, segundo o Cecafé. Esse valor supera em 36% o do mesmo período do ano passado.

Volume
Segundo o Cecafé, foram exportados 8,65 milhões de sacas de café desde o início do ano, com ampliação de 19% em relação ao mesmo período de 2002. O volume de café arábica atingiu 6,6 milhões de sacas no período, segundo dados da instituição.

Atacado
Com a queda do dólar, a Fundação Getúlio Vargas já começa a mostrar deflação nos preços agrícolas no atacado. O Índice de Preços por Atacado registrou queda de 1% em abril, mas continua bem elevado no acumulado de 12 meses (52%).

Arroz assume ponta

O arroz assumiu ontem, pela primeira vez neste ano, a liderança nas pressões inflacionárias em São Paulo. Segundo a Fipe, o produto subiu 5,43% para os consumidores paulistanos nas últimas quatro semanas. Leite e feijão vieram a seguir.

E-mail:
mzafalon@folhasp.com.br


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