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Suposto cartel foi acertado em reunião em Viena
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Em janeiro de 2006, o Ministério da Justiça abriu investigação contra sete empresas multinacionais que
atuavam no fornecimento de
transformadores de distribuição de energia, conhecidos por AIS e GIS (transformador isolado por ar e por
gás, nas siglas em inglês).
As empresas teriam praticado cartel em vendas para
empresas públicas e projetos
privados durante 16 anos, de
1988 à 2004, segundo a SDE.
O cartel atuaria dividindo
os projetos entre empresas
européias e japonesas. O objetivo seria manter a mesma
divisão de mercado verificada de 1980 a 1985, quando começaram as negociações para criação do suposto acordo.
No dia 15 de abril de 1988 o
suposto cartel foi criado durante uma reunião no hotel
Marriot, em Viena. No encontro ficou definido que
62,5% do mercado iria para
as empresas européias e
37,5%, para as japonesas.
O suposto cartel teria alcance mundial, excluindo só
EUA, Canadá, Rússia e China, onde as empresas competiam entre si. Para organizar
as reuniões, listas de projetos
e outros documentos, o suposto cartel nomeava uma
empresa como secretária,
que cobrava anuidade.
As associadas também
usavam celulares da Siemens
codificados para diálogos e
mensagens de texto, contas
de e-mails criptografadas e
fax. A cada encontro do,
eram apresentados os projetos públicos e privados em
que haveria compra de transformadores. Cada empresa
manifestava suas vontades.
A divisão do mercado funcionava por meio de um
complexo sistema de pontos,
que previa inclusive punição
por descumprimento. Cada
contrato recebia uma pontuação, levando em conta o
total de interruptores e a voltagem do empreendimento.
Se uma empresa fosse a
única interessada, ganhava o
projeto e as demais apresentariam propostas viciadas
para aparentar competição.
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