São Paulo, segunda-feira, 14 de maio de 2007

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Suposto cartel foi acertado em reunião em Viena

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Em janeiro de 2006, o Ministério da Justiça abriu investigação contra sete empresas multinacionais que atuavam no fornecimento de transformadores de distribuição de energia, conhecidos por AIS e GIS (transformador isolado por ar e por gás, nas siglas em inglês).
As empresas teriam praticado cartel em vendas para empresas públicas e projetos privados durante 16 anos, de 1988 à 2004, segundo a SDE.
O cartel atuaria dividindo os projetos entre empresas européias e japonesas. O objetivo seria manter a mesma divisão de mercado verificada de 1980 a 1985, quando começaram as negociações para criação do suposto acordo.
No dia 15 de abril de 1988 o suposto cartel foi criado durante uma reunião no hotel Marriot, em Viena. No encontro ficou definido que 62,5% do mercado iria para as empresas européias e 37,5%, para as japonesas.
O suposto cartel teria alcance mundial, excluindo só EUA, Canadá, Rússia e China, onde as empresas competiam entre si. Para organizar as reuniões, listas de projetos e outros documentos, o suposto cartel nomeava uma empresa como secretária, que cobrava anuidade.
As associadas também usavam celulares da Siemens codificados para diálogos e mensagens de texto, contas de e-mails criptografadas e fax. A cada encontro do, eram apresentados os projetos públicos e privados em que haveria compra de transformadores. Cada empresa manifestava suas vontades.
A divisão do mercado funcionava por meio de um complexo sistema de pontos, que previa inclusive punição por descumprimento. Cada contrato recebia uma pontuação, levando em conta o total de interruptores e a voltagem do empreendimento.
Se uma empresa fosse a única interessada, ganhava o projeto e as demais apresentariam propostas viciadas para aparentar competição.


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