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Bolsa segue exterior e cai 2,1%; perda no ano é de 1,8%
FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL
O mercado acionário voltou a
sofrer ontem, em mais um dia
ruim para os investimentos financeiros em diferentes partes
do mundo. A Bolsa de Valores
de São Paulo perdeu mais 2,11%
e entrou no vermelho no acumulado do ano.
Ontem foi divulgado nos Estados Unidos o PPI (índice de
preços no atacado, na sigla em
inglês). O núcleo do índice
-calculado descontando as variações de preços de alimentos
e energia- não agradou, ficando um pouco acima das expectativas dos analistas. O núcleo
marcou 0,3% em maio, contra
as projeções de alta de 0,2%.
O dado acabou por empurrar
as Bolsas mundiais um pouco
mais para baixo. Nos EUA, o
Dow Jones, principal índice de
Nova York, caiu 0,8% e também entrou no vermelho no
ano (-0,11%). A Bolsa eletrônica
Nasdaq perdeu 0,9%.
Hoje será conhecido o índice
de maio dos preços ao consumidor norte-americano, conhecido como CPI. Também
será divulgado nos EUA o Livro
Bege, documento do Fed (banco central dos EUA) sobre a
economia americana. O dia
promete ser tenso.
"Os relatórios das instituições financeiras têm mantido o
tema das últimas semanas, de
aumento na inflação e desaceleração do crescimento nos
EUA. E nada disso é bom para o
mercado de ações", disse Todd
Clark, diretor da Nollenberg
Capital Partners, à Reuters.
A Bovespa encerrou seu pregão de ontem duas horas antes
do normal, devido ao jogo do
Brasil na Copa. Mesmo assim,
não evitou sua sexta queda no
mês. No ano, a Bolsa está com
baixa de 1,82%. No mês, a queda
é de 10,08%.
O recuo no preço do barril de
petróleo ontem fez as ações
preferenciais da Petrobras caírem 3,94%. Como o papel foi o
mais negociado do pregão, com
18% das transações totais, foi
fundamental para o mau desempenho da Bovespa.
O mercado global, há um
mês, tem sofrido com as especulações e as incertezas que envolvem o futuro dos juros nos
EUA e o aquecimento da maior
economia do mundo.
Ontem as Bolsas asiáticas e
do Leste Europeu, que haviam
tido uma segunda-feira menos
ruim, tiveram importantes perdas. Em Tóquio, o índice Nikkei
caiu 4,14%. Na Rússia, a Bolsa
perdeu mais de 9%.
Na Índia, as perdas da Bolsa
alcançaram 4,4%, e em Hong
Kong, 2,5%. O mercado acionário de Londres fechou com baixa de 1,8%.
Risco maior
Os títulos da dívida de países
emergentes foram alvo de fortes vendas no mercado internacional ontem. Com isso, o risco-país deles subiu.
O risco brasileiro teve alta de
3,37%, indo a 276 pontos. O da
Turquia teve elevação de
4,78%, o russo de 4,65%, e o
mexicano subiu 3,25%.
A alta do risco acontece
quando os investidores vendem títulos da dívida do país,
pois o indicador é calculado a
partir da oscilação dos preços
desses papéis. Nas últimas semanas, os riscos têm subido
mais devido ao temor de elevações bruscas nos juros nos EUA
do que por resultados e perspectivas negativas em relação
às economias emergentes.
O que os grandes investidores têm feito é vender títulos de
emergentes para comprar papéis do Tesouro norte-americano.
No mercado de câmbio brasileiro, o dólar voltou a subir ontem. A alta de 0,91% levou a
moeda a R$ 2,311 -maior valor
desde o fim de maio.
A BM&F (Bolsa de Mercadorias & Futuros) voltou a registrar alta nos contratos de juros.
Com a piora do mercado internacional dia a dia, parecem
ficar mais distante as chances
de a taxa básica de juros da economia, a Selic, seguir em queda.
Hoje a Selic está em 15,25% ao
ano. O contrato de juros mais
negociado, que vence em janeiro de 2008, fechou ontem com
taxa de 15,99%, ante 15,86% do
pregão de segunda-feira.
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