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COMÉRCIO EXTERIOR
Vendas do setor para o exterior caem 4,5% em junho em razão do recuo de 20% na cotação do grão
Queda da soja afeta balança do agronegócio
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A queda de receita gerada pela
soja, principal produto vendido
pelo Brasil, afetou as exportações
do agronegócio do país, que perderam fôlego em junho. A constatação é da CNA (Confederação da
Agricultura e Pecuária do Brasil).
No mês passado, as vendas do
setor para o exterior geraram US$
4,2 bilhões, valor 4,5% menor do
que o registrado no mesmo mês
de 2004: US$ 4,4 bilhões.
"Houve aumento das exportações de carnes, café, açúcar e álcool, mas não tem sido suficiente
para compensar a queda da soja,
que é o carro-chefe das exportações", disse o chefe do Departamento de Assuntos Internacionais e de Comércio Exterior da
CNA, Antônio Donizeti Beraldo.
A queda de receita da soja não
aconteceu por causa do volume.
Nos primeiros seis meses deste
ano, o país comercializou 18,922
milhões de toneladas do produto,
praticamente a mesma quantidade no primeiro semestre de 2004:
18,968 milhões de toneladas.
O que realmente fez a diferença
foi a cotação no mercado internacional. O preço médio registrado
entre janeiro e junho do ano passado era de US$ 287,9 a tonelada.
Neste ano, o preço caiu 19,8%:
US$ 230,7 por tonelada.
Com isso, as exportações de soja geraram US$ 4,36 bilhões em
2005, 20% a menos do que o obtido no primeiro semestre do ano
passado (US$ 5,46 bilhões).
Segundo a CNA, um dos fatores
que provocaram a queda dos preços foi a supersafra de soja nos
EUA, maior produtor mundial.
Relatório do Usda (Departamento de Agricultura dos EUA),
porém, mostra que a volatilidade
de preços acontece devido à crescente diferença entre estoque e
consumo no mercado local.
Como o estoque americano está
abaixo de 10% do consumo, nível
considerado baixo, há possibilidade de elevação dos preços.
O complexo soja, que inclui farelo, óleo e grãos, é disparado o
principal produto de exportação
do agronegócio brasileiro. O Brasil é o segundo maior produtor
mundial de soja, depois dos EUA.
Em junho, as vendas do produto renderam ao país US$ 1,11 bilhão. O montante é quase igual ao
arrecadado por carne e açúcar/álcool, produtos que aparecem em
segundo e terceiro lugares na lista
dos que o Brasil mais exporta, que
somam US$ 1,17 bilhão.
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