São Paulo, sexta-feira, 14 de julho de 2006

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Bolsa de SP cai 2,42%; BC ignora tensão no mercado, compra dólar e moeda sobe

DENYSE GODOY
DA FOLHA ONLINE

O novo recorde atingido pelos preços do petróleo ontem e a escalada da violência no Oriente Médio levaram a Bovespa a cair 2,42%, para 35.354 pontos -menor patamar desde o último dia 28.
Apesar do nervosismo, o Banco Central voltou a comprar dólares em leilão no mercado à vista, e a moeda terminou o dia com valorização de 0,86%, vendida a R$ 2,22. O risco-país avançou 2,41%, para 253 pontos.
O mercado brasileiro foi contaminado pelo mau humor externo. As Bolsas asiáticas e européias tiveram baixa, a de Nova York recuou 1,52%, para 10.846 pontos, e a Nasdaq caiu 1,73%, para 2.054 pontos. A da Argentina perdeu 3,37%.
"Nossa economia vai muito bem: inflação em baixa, expectativa de redução de juros, produção industrial crescendo. Porém as atenções devem se manter concentradas no que acontece lá fora", afirma Alex Agostini, economista-chefe da agência de classificação de risco Austin Rating.
Iniciada após a morte de três soldados israelenses e o seqüestro de outros dois na quarta pelo grupo terrorista libanês Hizbollah, a tensão entre esses países preocupa os investidores, assim como a discussão internacional acerca do programa nuclear do Irã e dos testes de mísseis realizados pela Coréia do Norte. Por conta disso, o petróleo disparou.
"O maior consumidor mundial do combustível são os EUA. Se os preços sobem, fazem a inflação crescer e provocam a elevação dos juros -o temor de que a taxa americana, hoje em 5,25% ao ano, aumente mais é justamente a explicação para a recente turbulência", diz Agostini. "Estamos observando um ajuste de posições devido a esses temores."

Estrangeiros
A possibilidade de que continuasse o aperto monetário nos EUA provocou, a partir de 10 de maio, uma debandada de mercados como o brasileiro -os investidores partiram em busca de ativos mais seguros. Naquele mês, os estrangeiros retiraram R$ 1,515 bilhão da Bovespa. Em junho, o saldo ficou negativo em R$ 2,260 bilhões.
Os analistas de mercado esperam que esse movimento comece a se inverter. Até o dia 10 de julho, os estrangeiros tiraram R$ 52 milhões -diferença entre compras de ações de R$ 3,145 bilhões e vendas de R$ 3,197 bilhões.


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