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Petrobras diz que mantém valor de gás
Estatal afirma que valor do produto boliviano, recentemente reajustado, acompanha mercado mundial
PEDRO SOARES
DA SUCURSAL DO RIO
A Petrobras ignorou a proposta da estatal boliviana YPFB
de alterar o preço de referência
para o gás exportado ao Brasil
para US$ 5 o milhão de BTU e
reiterou sua posição de só aceitar reajustes dentro das regras
estabelecidas no contrato de
fornecimento do insumo.
Em nota, a Petrobras afirmou que "expôs que os preços
praticados pela YPFB receberam reajustes contínuos e
acompanharam o mercado internacional, e que, portanto,
não há necessidade de revisão
do procedimento de cálculo
desses reajustes". A estatal
aguarda até o final do mês uma
posição da YPFB.
Para a Petrobras, não houve
nenhum fato que tenha afetado
o equilíbrio econômico-financeiro do contrato que possa
"comprometer as bases acordadas e prejudicar a YPFB".
Ontem, foi encerrada mais
uma rodada de negociações, em
reunião entre técnicos das duas
companhias na cidade boliviana de Santa Cruz de la Sierra.
Anteontem, o presidente da
YPFB, Jorge Alvarado, disse ter
apresentado proposta para o
aumento do gás natural vendido à Petrobras durante a reunião que se encerrou ontem.
Ele afirmou que uma "nova fórmula" estabeleceu que "o preço
do gás será agora de US$ 5 por
milhão de BTU".
Depois do reajuste trimestral
estabelecido no contrato que
passou a valer na virada deste
mês, o preço do produto passou
para US$ 3,7 ou US$ 4,6 por milhão de BTU, dependendo do
volume importado.
Em entrevista à Folha, o diretor de Gás e Energia da Petrobras, Ildo Sauer, disse, porém, que não havia sido apresentada nenhuma proposta de
alteração de preço pela YPFB
até o início da tarde de ontem e
que a posição da Petrobras
continuava a ser a de só aceitar
reajustes estabelecidos pelo
contrato.
De acordo com o contrato, os
aumentos são trimestrais e definidos pela variação de uma
cesta de óleos combustíveis
(derivado de petróleo substituto do gás), cujos preços são referenciados no mercado internacional.
No final deste mês, representantes das duas estatais voltarão a se reunir, em mais uma
tentativa para evitar que o impasse sobre o preço do gás tenha que ser decidido nos tribunais de Nova York.
O contrato prevê inicialmente uma negociação direta entre
os envolvidas no caso de pleito
para a revisão dos preços. Caso
não haja uma solução, a questão passa a Justiça de Nova
York, foro estabelecido no contrato. Foi a Bolívia que pediu a
revisão.
A nova rodada de reuniões
acontecerá na semana entre os
dias 24 e 28, no Rio de Janeiro,
quando a YPFB apresentará
sua posição com relação à argumentação da Petrobras.
A Bolívia vem ameaçando
subir o preço do gás acima do
que estabelece o contrato desde maio, quando o governo nacionalizou os recursos naturais, refinarias e distribuidoras
de combustível.
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