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TERCEIRO MUNDO
Secretário do Tesouro dos EUA diz que problema não é dos ricos
O'Neill critica a corrupção na AL
DA REDAÇÃO
O secretário norte-americano do Tesouro, Paul O'Neill, disse que os EUA e outros países ricos não têm como acabar com a corrupção na América Latina nem
fazer com que os países da região cumpram contratos. Segundo o
secretário, o máximo que os credores internacionais podem fazer
é apoiar governos responsáveis.
"Pessoas de fora [os credores estrangeiros] não podem eliminar a corrupção, não podem executar os contratos, não podem simplificar o sistema tributário para que
as dívidas sejam pagas", afirmou
o secretário norte-americano em
discurso na Sociedade das Américas, em Nova York. A imprensa
não pôde acompanhar a cerimônia, mas o discurso de O'Neill está
disponível no site da Secretaria do
Tesouro (www.treasury.gov).
O secretário, que no mês passado esteve na América do Sul numa viagem diplomática, já causou polêmica ao dizer, no ano passado, que os juros brasileiros são altos por causa da corrupção. Mais
recentemente, disse que a Argentina e o Brasil precisavam dar provas de que o dinheiro que recebem em assistência não acabem
em contas na Suíça.
Desta vez, o Brasil mereceu elogios de O'Neill, numa implícita
contraposição à Argentina.
"A liderança política do Brasil
trouxe a estabilidade dos preços,
melhorando o poder de compra
da população", disse o secretário.
O'Neill destacou ainda a disciplina fiscal e a consolidação do sistema financeiro. Afirmou que o
país fez "avanços reais", mas ressalvou que restam grandes "desafios" e citou a "diminuição de barreiras tarifárias, a redução na participação do governo em companhias e a redução de barreiras para a criação de empregos".
Entre os aspectos positivos lembrados por O'Neill, há um no mínimo polêmico. O secretário destacou as "reformas do setor de
energia", um tópico que, depois
da crise energética do ano passado, provocou uma avalanche de
críticas ao governo.
Em relação à Argentina, O'Neill
disse que os EUA "não podem
nem devem impor uma solução".
Afirmou que os americanos continuarão oferecendo conselhos e
assistência técnica, mas não falou
em ajuda financeira.
A Sociedade das Américas
-hoje presidida por Bill Rhodes,
vice-presidente do Citigroup-
nasceu em 1965, com o nome de
Centro para Relações Interamericanas. A organização foi fundada
pelo milionário David Rockefeller
e por outros empresários norte-americanos, tendo com um dos
principais objetivos ampliar o conhecimento sobre a América Latina nos EUA.
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