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Para Mantega, é cedo para prever interrupção na queda da Selic
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O ministro Guido Mantega
(Fazenda) fez ontem uma interpretação otimista da ata da
última reunião do Copom (Comitê de Política Monetária).
De acordo com ele, é cedo para avaliar como o Banco Central se portará na próxima reunião para definir os juros porque é preciso avaliar o comportamento dos preços nos próximos 40 dias.
"Eu não vejo nenhuma alta
relevante da inflação no país.
De fato, subiu um pouquinho,
mas é uma alta localizada em
alguns preços de alimentos que
tem caráter sazonal. Isso poderá ser superado pela nova safra,
que virá nos próximos dias. É
prematuro tomar qualquer decisão agora", afirmou o ministro ao ser questionado sobre os
pontos da ata em que são apresentados diversos fatores para
a manutenção dos juros já na
última reunião do órgão.
Para o ministro, a ata não
traz sinalização negativa, pois a
economia cresce de forma robusta. "Esse crescimento não
será afetado por nenhuma das
posições que se possa tomar na
próxima reunião do Copom.
Estou tranqüilo quanto ao desempenho da economia no próximo ano."
Apesar de afirmar que o crescimento da procura por bens e
serviços não é algo que preocupe o governo e que os investimentos que estão sendo feitos
suprirão essa demanda, o ministro Paulo Bernardo (Planejamento) ressalta que "é preciso estar atento" à inflação.
Segundo ele, a equipe econômica considera que um ponto
extremamente favorável no governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva é permitir a retomada do crescimento com
controle dos preços.
"E temos que manter isso.
Por isso, o governo deve estar
atento à inflação."
Antes de ler a ata da reunião
do Copom, Bernardo afirmou
ainda que a posição mais cautelosa do Banco Central (ao reduzir o ritmo de queda da taxa de
juros na reunião da semana
passada) deve ter levado em
conta as turbulências do cenário internacional.
Ressaltando que a preocupação do BC é com a inflação, ainda assim, para o ministro, no
cenário atual há espaço para
novas quedas nos juros. "Os números que temos hoje ajudam a
manter a redução dos juros."
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