São Paulo, sexta-feira, 14 de setembro de 2007

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Para Mantega, é cedo para prever interrupção na queda da Selic

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O ministro Guido Mantega (Fazenda) fez ontem uma interpretação otimista da ata da última reunião do Copom (Comitê de Política Monetária).
De acordo com ele, é cedo para avaliar como o Banco Central se portará na próxima reunião para definir os juros porque é preciso avaliar o comportamento dos preços nos próximos 40 dias.
"Eu não vejo nenhuma alta relevante da inflação no país. De fato, subiu um pouquinho, mas é uma alta localizada em alguns preços de alimentos que tem caráter sazonal. Isso poderá ser superado pela nova safra, que virá nos próximos dias. É prematuro tomar qualquer decisão agora", afirmou o ministro ao ser questionado sobre os pontos da ata em que são apresentados diversos fatores para a manutenção dos juros já na última reunião do órgão.
Para o ministro, a ata não traz sinalização negativa, pois a economia cresce de forma robusta. "Esse crescimento não será afetado por nenhuma das posições que se possa tomar na próxima reunião do Copom. Estou tranqüilo quanto ao desempenho da economia no próximo ano."
Apesar de afirmar que o crescimento da procura por bens e serviços não é algo que preocupe o governo e que os investimentos que estão sendo feitos suprirão essa demanda, o ministro Paulo Bernardo (Planejamento) ressalta que "é preciso estar atento" à inflação.
Segundo ele, a equipe econômica considera que um ponto extremamente favorável no governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva é permitir a retomada do crescimento com controle dos preços.
"E temos que manter isso. Por isso, o governo deve estar atento à inflação."
Antes de ler a ata da reunião do Copom, Bernardo afirmou ainda que a posição mais cautelosa do Banco Central (ao reduzir o ritmo de queda da taxa de juros na reunião da semana passada) deve ter levado em conta as turbulências do cenário internacional.
Ressaltando que a preocupação do BC é com a inflação, ainda assim, para o ministro, no cenário atual há espaço para novas quedas nos juros. "Os números que temos hoje ajudam a manter a redução dos juros."


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