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Em 86, recebeu
multa nos EUA
da Reportagem Local
A vida tumultuada do investidor
Naji Nahas em seus 28 anos de Brasil começou já na viagem do Líbano para cá, em dezembro de 1969,
quando ele estava casado com a
brasileira Sueli Aun.
Como único passageiro do vôo
da Varig que falava árabe e inglês,
Nahas passou parte da viagem com
uma faca no pescoço, como intérprete de um sequestrador que tentava desviar o avião para Cuba.
Logo depois de desembarcar no
Brasil, logo entraria no negócio
que o deixou famoso no país: a especulação no mercado financeiro,
especialmente com a compra e
venda de ações.
Filho de mãe libanesa e de um industrial egípcio, Naji Robert Nahas nasceu em 1946, no Líbano,
mas foi criado no Egito.
Quando a fábrica do pai de Nahas, um empresário do setor têxtil
que empregava 6.000 pessoas, foi
encampada pelo governo Nasser,
em 1962, a família voltou para Beirute, onde criou uma "trading".
Foi numa reunião familiar que
Nahas conheceu sua futura mulher
brasileira. O casal, quando teve o
primeiro de seus quatro filhos, decidiu sair do Líbano, que já não dava condições de segurança para viver devido à guerra civil.
Com o dinheiro que foi trazendo,
Nahas comprou mais de 30 empresas no Brasil -11 foram agrupadas
numa holding, a Selecta.
Problemas nos EUA
Os problemas de Nahas com a
Justiça não se restringem ao episódio de 1989, que redundou na sua
condenação a 24 anos de prisão.
E também não ficam restritos às
autoridades brasileiras. Três anos
antes de estourar o caso da Bolsa
do Rio, o investidor foi condenado
nos EUA a pagar multa de US$ 250
mil, sob a acusação de ser testa-de-ferro de investidores árabes,
numa tentativa de manipulação
dos preços da prata na Bolsa de
Commodities de Nova York.
No ano de 1988, Naji Nahas enfrentaria outro problema com as
autoridades brasileiras, ao ser detido no aeroporto de Cumbica, em
Guarulhos (SP), quando saía do
país com US$ 19 mil na bagagem.
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