São Paulo, terça, 14 de outubro de 1997.




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Em 86, recebeu multa nos EUA

da Reportagem Local

A vida tumultuada do investidor Naji Nahas em seus 28 anos de Brasil começou já na viagem do Líbano para cá, em dezembro de 1969, quando ele estava casado com a brasileira Sueli Aun.
Como único passageiro do vôo da Varig que falava árabe e inglês, Nahas passou parte da viagem com uma faca no pescoço, como intérprete de um sequestrador que tentava desviar o avião para Cuba.
Logo depois de desembarcar no Brasil, logo entraria no negócio que o deixou famoso no país: a especulação no mercado financeiro, especialmente com a compra e venda de ações.
Filho de mãe libanesa e de um industrial egípcio, Naji Robert Nahas nasceu em 1946, no Líbano, mas foi criado no Egito.
Quando a fábrica do pai de Nahas, um empresário do setor têxtil que empregava 6.000 pessoas, foi encampada pelo governo Nasser, em 1962, a família voltou para Beirute, onde criou uma "trading".
Foi numa reunião familiar que Nahas conheceu sua futura mulher brasileira. O casal, quando teve o primeiro de seus quatro filhos, decidiu sair do Líbano, que já não dava condições de segurança para viver devido à guerra civil.
Com o dinheiro que foi trazendo, Nahas comprou mais de 30 empresas no Brasil -11 foram agrupadas numa holding, a Selecta.

Problemas nos EUA
Os problemas de Nahas com a Justiça não se restringem ao episódio de 1989, que redundou na sua condenação a 24 anos de prisão.
E também não ficam restritos às autoridades brasileiras. Três anos antes de estourar o caso da Bolsa do Rio, o investidor foi condenado nos EUA a pagar multa de US$ 250 mil, sob a acusação de ser testa-de-ferro de investidores árabes, numa tentativa de manipulação dos preços da prata na Bolsa de Commodities de Nova York.
No ano de 1988, Naji Nahas enfrentaria outro problema com as autoridades brasileiras, ao ser detido no aeroporto de Cumbica, em Guarulhos (SP), quando saía do país com US$ 19 mil na bagagem.



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