São Paulo, terça-feira, 14 de outubro de 2008

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Bolsa de NY sobe 11%, maior alta desde 33

FERNANDO RODRIGUES
ENVIADO ESPECIAL A NOVA YORK

Uma das características da crise financeira global é que os mercados de ações do mundo desenvolvido estão cada vez mais parecidos com os dos países pobres e emergentes. Pelo menos, em termos de volatilidade, com grandes lucros e perdas em dias alternados. Ontem, a Bolsa de Valores de Nova York bateu seu recorde positivo de alta em pontos num único dia depois de ter registrado a pior semana de todos os seus 112 anos história na sexta-feira.
O índice Dow Jones subiu históricos 936,42 pontos na seção, fechando com 9.387,61 pontos, uma alta de 11,1%, a quarta maior em porcentagem. O recorde anterior em pontos havia sido a elevação de 499,19 pontos, na época do estouro da bolha das empresas de internet, no início desta década. A alta percentual de ontem é, em um único dia, a maior desde 15 de março de 1933.
Ontem, quando soou o sino no final do pregão, os operadores deram uma salva de palmas. O ganho de valorização dos papéis foi de US$ 1,2 trilhão, segundo o índice Dow Jones Wilshire 5.000, que representa quase a totalidade dos papéis negociados em bolsa nos EUA.
O índice S&P 500 teve também alta expressiva de 104,13 pontos, indo a 1.003,35 pontos (11,6%) -a maior alta em pontos da história e a segunda maior em termos percentuais desde 1933. O Nasdaq, que mede as empresas de tecnologia, subiu 195 pontos (11,8%).
Apesar dos ganhos, o índice Dow Jones continua acumulando uma queda de 29% neste ano e 34% em relação ao seu pico histórico em 9 de outubro do ano passado.
Outro indicador importante é o volume de ações negociadas. Ontem, foi de 1,82 bilhão, menor do que na semana anterior. Uma demonstração de que não há ainda segurança sobre a recuperação do mercado.
Entre os fatores apontados para a valorização estão as iniciativas de vários governos europeus de fazer ações coordenadas para salvar bancos em dificuldades. O mercado também é muito sensível aos seus pares e reagiu com euforia quando se tornou público que o Morgan Stanley havia conseguido os US$ 9 bilhões do japonês Mitsubishi. As ações do Morgan Stanley subiram 87% ontem.


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