São Paulo, terça-feira, 14 de novembro de 2006

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Mantega discorda e diz que "condições estão dadas'

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse discordar das projeção do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), divulgada ontem em um estudo que prevê crescimento econômico anual entre 4,5% e 5% a partir de 2011.
"Essa é a opinião do Ipea, que é um órgão de estudos e projeção e tem a opinião dele. Nossa opinião é diferente. Nós achamos que dá para crescer a 5%, sim, nos próximos anos, porque as condições já estão dadas. E isso nós vamos apresentar depois que discutirmos com o presidente e ele autorizar a sua divulgação", afirmou.
"Eles estão partindo da suposição de que não vai mudar nada. Nós estamos trabalhando e vamos fazer mudanças, ajustes, propostas e medidas que sejam aprovadas pelo presidente, e algumas terão que passar pelo Congresso e a partir daí teremos condições diferentes", disse o ministro.

Pacote fiscal
Mantega disse ainda que o governo prepara um programa de ajuste fiscal de longo prazo que será divulgado ainda neste mês. Segundo ele, o programa não incluirá medidas que alterem a taxa de câmbio.
"Não há nenhuma medida para o câmbio, que continua flutuante, e mesmo nos juros continuaremos com a política que vem sendo praticada nos últimos tempos, uma política de perseguir a meta de inflação e, quando houver espaço, porque a inflação está caindo, a taxa de juros cairá também, mas dentro da política que está sendo praticada no presente. O câmbio vai flutuar ao sabor da oferta e demanda de divisas."
Segundo Mantega, as propostas estão sendo "amadurecidas pelos ministérios do Planejamento, da Fazenda, do Desenvolvimento e pela Casa Civil" e devem ser apresentadas hoje ao presidente.
"O juro real está caindo no país. Todas as modalidades, todas as linhas de crédito estão caindo, o crédito ao consumidor, habitacional e para investimentos, inclusive a Selic, que caiu seis pontos percentuais nos últimos 13 meses, enquanto as taxas de juros da economia americana subiram 1,5%", disse o ministro.


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