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Mantega discorda e diz que "condições estão dadas'
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse discordar
das projeção do Ipea (Instituto
de Pesquisa Econômica Aplicada), divulgada ontem em um
estudo que prevê crescimento
econômico anual entre 4,5% e
5% a partir de 2011.
"Essa é a opinião do Ipea, que
é um órgão de estudos e projeção e tem a opinião dele. Nossa
opinião é diferente. Nós achamos que dá para crescer a 5%,
sim, nos próximos anos, porque
as condições já estão dadas. E
isso nós vamos apresentar depois que discutirmos com o
presidente e ele autorizar a sua
divulgação", afirmou.
"Eles estão partindo da suposição de que não vai mudar nada. Nós estamos trabalhando e
vamos fazer mudanças, ajustes,
propostas e medidas que sejam
aprovadas pelo presidente, e algumas terão que passar pelo
Congresso e a partir daí teremos condições diferentes", disse o ministro.
Pacote fiscal
Mantega disse ainda que o
governo prepara um programa
de ajuste fiscal de longo prazo
que será divulgado ainda neste
mês. Segundo ele, o programa
não incluirá medidas que alterem a taxa de câmbio.
"Não há nenhuma medida
para o câmbio, que continua
flutuante, e mesmo nos juros
continuaremos com a política
que vem sendo praticada nos
últimos tempos, uma política
de perseguir a meta de inflação
e, quando houver espaço, porque a inflação está caindo, a taxa de juros cairá também, mas
dentro da política que está sendo praticada no presente. O
câmbio vai flutuar ao sabor da
oferta e demanda de divisas."
Segundo Mantega, as propostas estão sendo "amadurecidas pelos ministérios do Planejamento, da Fazenda, do Desenvolvimento e pela Casa Civil" e devem ser apresentadas
hoje ao presidente.
"O juro real está caindo no
país. Todas as modalidades, todas as linhas de crédito estão
caindo, o crédito ao consumidor, habitacional e para investimentos, inclusive a Selic, que
caiu seis pontos percentuais
nos últimos 13 meses, enquanto as taxas de juros da economia americana subiram 1,5%",
disse o ministro.
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