São Paulo, terça-feira, 14 de novembro de 2006

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Banco do Brasil lucra R$ 4,8 bi até setembro

Resultado supera o dos grandes bancos privados, que fizeram ajustes contábeis no 3º trimestre; queda do juro afeta contas

Prioridades do banco são iniciar operações com crédito habitacional e intensificar a atuação em financiamento de veículos

NEY HAYASHI DA CRUZ
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O recente movimento de queda dos juros já começa a afetar as contas do Banco do Brasil, cujos lucros sofreram forte queda no terceiro trimestre deste ano. Ainda assim, os ganhos alcançados pelo BB entre janeiro e setembro superam o de seus principais concorrentes, que apresentaram resultados abaixo da média nos últimos meses.
No terceiro trimestre, o BB lucrou R$ 907 milhões, valor 41% menor do que o apurado no segundo trimestre. Apesar da queda, os ganhos acumulados no ano chegaram a R$ 4,796 bilhões, crescimento de 40% em relação aos primeiros nove meses de 2005. Com isso, a rentabilidade do banco chegou a 35,9% de seu patrimônio, o que significa que, para cada R$ 100 aplicados pelos acionistas, o ganho foi de R$ 35,90.
Neste ano, Bradesco e Itaú lucraram R$ 3,351 bilhões e R$ 3,029 bilhões, respectivamente. Mas esses números foram afetados por ajustes que ambos os bancos fizeram em seus balanços no trimestre passado.
No caso do BB, houve uma certa desaceleração no ritmo de crescimento das receitas, que não chegou a afetar o lucro porque foi compensada por um maior controle nas despesas. A carteira de crédito do banco rendeu R$ 5,361 bilhões em juros no terceiro trimestre deste ano, aumento de só 0,4% em relação ao segundo trimestre.
A receita obtida nas operações com títulos e valores mobiliários -títulos públicos, em sua maioria- foi de R$ 3,405 bilhões, crescimento de 3,7% no trimestre. Já as despesas com pessoal caíram 2,8% e ficaram em R$ 1,945 bilhões.
Entre setembro de 2005 e setembro de 2006, o Banco Central reduziu a taxa Selic de 19,75% ao ano para 14,25% -hoje, está em 13,75%. Isso reduziu os juros cobrados nos empréstimos bancários e também afetou a rentabilidade dos títulos negociados no mercado.
O vice-presidente de Finanças do BB, Aldo Luiz Mendes, diz que, num cenário de queda de juros, o banco vai apostar na expansão do crédito para manter a rentabilidade. "Acreditamos que o [empréstimo] consignado, por exemplo, ainda tem bastante fôlego para crescer", afirma, referindo-se aos financiamentos com desconto direto na folha de pagamentos.
Os empréstimos consignados representam 34% da carteira de crédito do BB.
Para 2007, as prioridades do BB são iniciar as operações com crédito habitacional e intensificar a atuação no financiamento de veículos.
A incursão em novos mercados também deve ajudar o BB a aumentar suas receitas com tarifas. Entre janeiro e setembro deste ano, essa cobrança rendeu R$ 6,601 bilhões ao banco, 16,9% a mais do que no mesmo período do ano passado.


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