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Banco do Brasil lucra R$ 4,8 bi até setembro
Resultado supera o dos grandes bancos privados, que fizeram ajustes contábeis no 3º trimestre; queda do juro afeta contas
Prioridades do banco são iniciar operações com crédito habitacional e intensificar a atuação em financiamento de veículos
NEY HAYASHI DA CRUZ
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O recente movimento de
queda dos juros já começa a
afetar as contas do Banco do
Brasil, cujos lucros sofreram
forte queda no terceiro trimestre deste ano. Ainda assim, os
ganhos alcançados pelo BB entre janeiro e setembro superam
o de seus principais concorrentes, que apresentaram resultados abaixo da média nos últimos meses.
No terceiro trimestre, o BB
lucrou R$ 907 milhões, valor
41% menor do que o apurado
no segundo trimestre. Apesar
da queda, os ganhos acumulados no ano chegaram a R$
4,796 bilhões, crescimento de
40% em relação aos primeiros
nove meses de 2005. Com isso,
a rentabilidade do banco chegou a 35,9% de seu patrimônio,
o que significa que, para cada
R$ 100 aplicados pelos acionistas, o ganho foi de R$ 35,90.
Neste ano, Bradesco e Itaú
lucraram R$ 3,351 bilhões e R$
3,029 bilhões, respectivamente. Mas esses números foram
afetados por ajustes que ambos
os bancos fizeram em seus balanços no trimestre passado.
No caso do BB, houve uma
certa desaceleração no ritmo
de crescimento das receitas,
que não chegou a afetar o lucro
porque foi compensada por um
maior controle nas despesas. A
carteira de crédito do banco
rendeu R$ 5,361 bilhões em juros no terceiro trimestre deste
ano, aumento de só 0,4% em relação ao segundo trimestre.
A receita obtida nas operações com títulos e valores mobiliários -títulos públicos, em
sua maioria- foi de R$ 3,405
bilhões, crescimento de 3,7%
no trimestre. Já as despesas
com pessoal caíram 2,8% e ficaram em R$ 1,945 bilhões.
Entre setembro de 2005 e setembro de 2006, o Banco Central reduziu a taxa Selic de
19,75% ao ano para 14,25%
-hoje, está em 13,75%. Isso reduziu os juros cobrados nos
empréstimos bancários e também afetou a rentabilidade dos
títulos negociados no mercado.
O vice-presidente de Finanças do BB, Aldo Luiz Mendes,
diz que, num cenário de queda
de juros, o banco vai apostar na
expansão do crédito para manter a rentabilidade. "Acreditamos que o [empréstimo] consignado, por exemplo, ainda
tem bastante fôlego para crescer", afirma, referindo-se aos
financiamentos com desconto
direto na folha de pagamentos.
Os empréstimos consignados representam 34% da carteira de crédito do BB.
Para 2007, as prioridades do
BB são iniciar as operações
com crédito habitacional e intensificar a atuação no financiamento de veículos.
A incursão em novos mercados também deve ajudar o BB a
aumentar suas receitas com tarifas. Entre janeiro e setembro
deste ano, essa cobrança rendeu R$ 6,601 bilhões ao banco,
16,9% a mais do que no mesmo
período do ano passado.
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