São Paulo, sábado, 14 de novembro de 2009

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Resultados acima da média tornam operadora mais atraente

DA REPORTAGEM LOCAL

A GVT foi tão disputada porque é uma empresa cujo desempenho se destaca no setor de telefonia. O crescimento da sua base de clientes, da receita e do lucro tem ficado acima da média. O seu Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) avançou 27,3% no terceiro trimestre deste ano na comparação com o mesmo período de 2008.
Para aumentar o número de assinantes, a companhia -que, quando começou a atuar, estava presente em apenas nove Estados- tem buscado conquistar novas regiões. Agora, já possui operações em todo o território nacional e segue ampliando o número de cidades nas quais oferece seus serviços.
Sua rede é mais nova e moderna. Outra vantagem em relação às concorrentes é a de não precisar cumprir determinadas regras do setor, como as metas de universalização do serviço, o que lhe dá condições de focar somente no que é mais rentável. Dessa forma, ao chegar a um novo município, busca primeiro as áreas nobres, por exemplo. Segundo analistas, é notável o seu sucesso na venda de internet de banda larga, além da penetração no segmento de pequenas empresas.
Por isso, os valores oferecidos pela Vivendi e pela Telefônica em troca das ações da GVT, embora altos, eram compreensíveis aos olhos do mercado financeiro e dos especialistas na área de telefonia. No período que durou a batalha, os papéis da empresa registraram uma forte valorização: saíram de R$ 33,40 em setembro para fecharem a R$ 54,40 ontem -proporcionaram, portanto, ganhos de aproximadamente 63% para quem os detém.
Somar a GVT às suas operações elevaria o poder de fogo da Telefônica contra a Oi sem que a operadora precisasse construir novas redes.
E, se para a Vivendi a aquisição da GVT significa a entrada -embora tímida, já que se dá por meio da parceria com uma empresa de pequeno porte- em um mercado promissor que é o brasileiro, para a GVT essa mudança de controle renova o seu fôlego para crescer. A um certo ponto, ela poderia sofrer com a falta de capital para alavancar investimentos.
A expectativa dos especialistas é que a Vivendi reforce a atuação da GVT também nas áreas de conteúdo de internet e de IPTV (transmissão de sinais televisivos pela internet), nas quais a francesa é forte e em que a operadora brasileira desejava avançar para agregar mais valor à sua banda larga. Apostar em notícias e entretenimento em diversos formatos de mídia é a grande tendência entre as empresas de telefonia.


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