|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Neoclássico se populariza e satura mercado
DA REPORTAGEM LOCAL
Marcado por elementos
emprestados da arquitetura
greco-romana, como colunas e pórticos, o estilo neoclássico -ou o que sobrou
dele após adaptações- é comum na paisagem de São
Paulo. Isso ocorre pois, segundo arquitetos, fachadas
neoclássicas oferecem vantagens econômicas às incorporadoras.
Além de linhas que dão
nobreza aos prédios -para
conquistar o cliente que
quer status-, a simplicidade dos revestimentos reduz
os custos de construção. Lucio Gomes Machado, arquiteto e professor da FAU-USP, diz que é mais barato.
"Por que é mais barato? Porque é só argamassa e pintura", afirma, mas lembra que
o comprador vai gastar com
manutenção.
Ninguém arrisca números
que traduzam a economia
obtida com fachadas neoclássicas, até porque, nos
edifícios de alto padrão, os
materiais são nobres. Mas,
nos prédios de classe média,
a redução no custo existe.
"Todas [as incorporadoras]
estão convencidas de que, na
classe média, elas têm bons
custos usando essa linguagem", diz o arquiteto Itamar
Berezin.
Para Carlos Terepins, presidente da incorporadora
Even, o neoclássico é um recurso de marketing para fazer fachadas mais baratas.
Arquitetos e incorporadoras ouvidos pela Folha dizem que a febre neoclássica
dos últimos anos está passando, para dar lugar ao
neoclássico "light" -mais
simples- e ao "estilo contemporâneo", que usa concreto aparente, inox e vidro.
A popularização do estilo é
uma das causas. "A gente
percebe que existe um cansaço, porque você vai nas periferias e vê prédios neoclássicos", diz o arquiteto Roberto Candusso. Segundo
Eduardo Machado, vice-presidente da imobiliária
Coelho da Fonseca, a popularização já provoca uma rejeição do Neoclássico no altíssimo padrão.
Texto Anterior: Arquitetura: Lógica de mercado padroniza arquitetura Próximo Texto: Marketing vence arquitetura por 6 x 1 Índice
|