São Paulo, sexta, 15 de janeiro de 1999

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Indústria eletrônica subirá 8% os preços

FÁTIMA FERNANDES
da Reportagem Local

A indústria eletroeletrônica vai aumentar até 8% os preços dos produtos já levando em conta a desvalorização do real de 8,26%.
Os fabricantes de TVs e videocassetes informam que o índice de nacionalização desses produtos é baixo. Significa que cerca de 85% dos componentes são importados.
"Não dá para absorver esse aumento de custos. As vendas estão muito fracas", afirma José Luiz de Toledo Kencis, diretor da linha de vídeo da Gradiente.
Segundo ele, a indústria de televisores instalada no país tem capacidade para fabricar 12 milhões de unidades anuais, mas não deve chegar perto de 5 milhões de aparelhos em 99.
Os fabricantes de eletroeletrônicos consideram que a negociação com os lojistas será difícil.
A queda de preços de televisores e de videocassetes, segundo os fabricantes, já havia chegado ao máximo, mesmo antes da desvalorização do real. "A necessidade de aumentar preços é agora imediata", diz Mário Kudo, diretor de marketing da LG Eletronics.
A LG faz no Brasil TVs, videocassete, microondas e monitores de vídeo e importa refrigeradores, aparelhos de ar condicionado e aspiradores de pó. Nos cálculos da empresa, os preços dos três últimos devem subir cerca de 10%.
"A indústria pode ter nova tabela de preço, mas o mercado não vai aceitar", afirma Juarez Rizzieri, presidente da Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas). De julho de 94 a dezembro de 98, segundo a Fipe, o preço de uma TV caiu em média 18,74%, e de um videocassete, 38,18%. A inflação no período foi 65,07%.
Pelo levantamento do Dieese, num período menor, de julho de 96 a dezembro de 98, os preços dos eletrônicos (TV e aparelhos de som) caíram em média 27,04%, e dos eletrodomésticos (geladeira, fogão e lavadora de roupa), 7,88%. A inflação no período foi 10,14%.
Mesmo com a desvalorização do real, Cornélia Nogueira Porto, coordenadora do Índice de Custo de Vida do Dieese, acha que o consumidor não vai pagar mais caro pelos eletroeletrônicos. "Não há mercado para aumentar preço."



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