São Paulo, sexta, 15 de janeiro de 1999

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Lafer inicia aproximação com PSDB

da Sucursal de Brasília

O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Celso Lafer, iniciou aproximação com a bancada do PSDB. Os parlamentares pressionaram para que ele assuma de fato a função de interlocutor do empresariado.
O encontro se deu na noite de anteontem na casa do senador Geraldo Melo (PSDB-RN).
Foram convidados outros 12 senadores, seis deputados, o ministro das Comunicações e articulador político do governo, Pimenta da Veiga, e o secretário de Relações Institucionais da Presidência da República, Eduardo Graeff.
Lafer chegou às 21h30 acompanhado pelo presidente da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), Horacio Lafer Piva, que é seu primo.
Ambos foram os últimos a sair, por volta da 1h. Outro empresário, Emerson Kapaz, deputado eleito pelo PSDB paulista, também esteve no jantar.

Defesa
A Folha apurou que, durante sua exposição de cerca de 15 minutos, o ministro deixou claro que não vai se contrapor à atual política econômica ditada pelo Ministério da Fazenda.
Argumentou aos parlamentares que, sem a estabilidade da moeda, não será possível a retomada do crescimento econômico.
Mas deixou nos parlamentares a impressão de que não será completamente "submisso" às decisões de seu colega Pedro Malan (Fazenda), com quem Lafer negociou a redução da TJLP (Taxa de Juros de Longo Prazo) antes de tomar posse em seu cargo.
Durante a fase de ajuste fiscal, Lafer afirmou que deverá estruturar seu ministério e organizar os programas de estímulo aos setores produtivos que espera implementar em um período posterior.
Ao longo do jantar, Lafer se apresentou como um dos integrantes do PSDB. Dirigiu-se a eles como "senadores e deputados do meu partido".
O ministro, entretanto, passou a maior parte do tempo ouvindo as queixas dos parlamentares contra as dificuldades enfrentadas pelo setor produtivo: as altas taxas de juros, a tributação acentuada sobre a produção, a legislação trabalhista, a ausência de uma política industrial e o destino da Zona Franca de Manaus.



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