DA REDAÇÃO

A economia japonesa se acelerou no último trimestre do ano passado, crescendo 0,9% na comparação com os três meses anteriores, resultado que surpreendeu analistas. O PIB (Produto Interno Bruto) do Japão tinha avançado 0,3% de julho a setembro. Na taxa anualizada, a expansão do país asiático foi de 3,7% no quarto trimestre de 2007.
Existia o temor que a economia japonesa fosse fortemente afetada pela desaceleração dos EUA, um dos principais parceiros comerciais do país. Mas as exportações cresceram 2,9% e foram um dos principais motivos para a alta no PIB. No último trimestre do ano passado, a economia americana se expandiu em 0,6% -o menor avanço desde o mesmo período de 2002, quando cresceu 0,2%.
Os investimentos em capital corporativo, que também avançaram 2,9%, foi outro item que colaborarou para alta do PIB.
O resultado animou os mercados japoneses. O índice Nikkei, da Bolsa de Tóquio, avançou 4,27%, o maior crescimento em seis anos. No ano, no entanto, ele acumula perdas de 10,98%.
Mas analistas dizem que é improvável que a segunda maior economia do mundo consiga manter esse ritmo de crescimento nos próximos meses. Para Tomoyuki Ohta, economista do Instituto de Pesquisa Mizuho em Tóquio, são mínimos os riscos diretos da crise de crédito nos EUA no país, mas prevê que a economia deve crescer em ritmo de cerca de 1% nos próximos meses.
Já Naoki Iizuka, economista do Mizuho Securities, prevê um cenário mais negativo: "É bastante grande as chances de a economia japonesa apresentar crescimento negativo no primeiro trimestre".
O ministro das Finanças, Fukushiro Nukaga, disse que a instabilidade nos mercados financeiros é um dos motivos de preocupação e que continuam a crescer os riscos de desaceleração, como os problemas no setor imobiliário local e a economia americana.