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Inflação é "doença desgraçada", diz presidente
VERIDIANA RIBEIRO
DA ENVIADA ESPECIAL A ARARAQUARA
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que visitou ontem
Araraquara (interior paulista)
para dar início a duas obras do
PAC (Programa de Aceleração
do Crescimento), aproveitou a
platéia de aproximadamente
500 pessoas para fazer um discurso inflamado sobre os rumos da economia do país, embalado pelo crescimento do
PIB de 5,4%, anunciado nesta
semana. Lula afirmou que o
país está vivendo "um momento mágico", o melhor dos últimos 30 anos.
Lula, no entanto, advertiu
para o risco da volta da inflação,
que classificou como uma
"doença desgraçada". "Existia
entre os economistas do governo uma lógica de que o Brasil
não poderia crescer mais que
3% por ano, e nós estamos
comprovando que pode crescer
4%, 5%, 6% ao ano de forma
sustentada. O que não pode é o
consumo crescer mais que a capacidade de produção do país.
Até pode, porque nós podemos
importar um pouco. Só temos
que ter cuidado para que a
doença desgraçada da inflação
não volte", afirmou.
O principal destaque do PIB
em 2007 ficou por conta do
consumo das famílias, que teve
alta de 6,5%. Cresceram as
preocupações, entre analistas e
o próprio BC, de pressões inflacionárias em razão da alta demanda. A autoridade monetária, em sua última reunião, sinalizou elevar os juros.
O presidente fez questão de
destacar o programa Bolsa Família, do governo federal, que
atende 11 milhões de famílias.
"Tem gente que critica, que fala
que o governo deveria fazer
mais investimentos. Porque
nesse país se acostumaram a
achar que dinheiro que vai para
os ricos é investimento e recurso que vai para os pobres é gasto", afirmou.
Lula aproveitou para fazer
uma retrospectiva do seu primeiro mandato e criticou os
que dizem que seu governo tem
"sorte". "Quando eu assumi, alguns falaram "coitado do Lula, o
Brasil está quebrado". Nós tínhamos apenas US$ 40 bilhões
em reservas e precisava pegar
dinheiro emprestado do FMI
[Fundo Monetário Internacional]. Hoje, o Brasil, que desde
os tempos de Cabral sempre
deveu para alguém, está com
US$ 200 bilhões de reservas."
Segundo Lula, a tendência de
crescimento da economia "vai
continuar". "A gente vai poder
ver uma geração vivendo os
próximos 10 ou 15 anos com a
economia crescendo."
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