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Miguel Jorge critica possível elevação da Selic
DEISE DE OLIVEIRA
DA FOLHA ONLINE
O ministro Miguel Jorge
(Desenvolvimento) disse ontem que houve exagero do
Banco Central ao cogitar o
aumento da taxa básica de
juros, a Selic, conforme
apontou a última ata do Copom (Comitê de Política Monetária do BC).
"Com cenário macroeconômico estável, cenário externo confortável e crescimento sustentável, acho que
há um certo exagero nesta
colocação [na ata] dos meus
amigos do Banco Central",
afirmou o ministro, durante
exposição em aula magna da
FGV (Fundação Getúlio Vargas), em São Paulo.
Ele descartou a hipótese
de haver inflação de demanda (quando os preços sobem
porque a procura é maior do
que a oferta de produtos),
que possa provocar a necessidade de aumentar a taxa de
juros para frear o consumo.
"Do ponto de vista do Ministério do Desenvolvimento, nós não corremos o risco
de inflação de demanda.
Acreditamos que a indústria
é capaz de atender a demanda atual, portanto, não há risco de inflação", afirmou.
A ata do Copom, divulgada
anteontem, indicou que o comitê "está pronto para adotar uma postura diferente,
por meio do ajuste dos instrumentos de política monetária, caso venha a se consolidar um cenário de divergência entre a inflação projetada
e a trajetória das metas".
Para Miguel Jorge, a posição do BC é compreensível.
"O BC, e todos os bancos centrais, são conservadores. Um
banco central progressivo
quebra um país. Por isso, tem
de se preocupar, de agir preventivamente e olhar para a
frente", explicou. "A visão do
Banco Central não precisa
ser a mesma do Ministério
do Desenvolvimento."
Quanto à desvalorização
do dólar e as medidas anunciadas pelo governo nesta semana para conter a queda,
Miguel Jorge disse que as
empresas não podem depender disso para exportar, já
que o dólar é influenciado
por vários fatores.
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