São Paulo, sábado, 15 de março de 2008

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Miguel Jorge critica possível elevação da Selic

DEISE DE OLIVEIRA
DA FOLHA ONLINE

O ministro Miguel Jorge (Desenvolvimento) disse ontem que houve exagero do Banco Central ao cogitar o aumento da taxa básica de juros, a Selic, conforme apontou a última ata do Copom (Comitê de Política Monetária do BC).
"Com cenário macroeconômico estável, cenário externo confortável e crescimento sustentável, acho que há um certo exagero nesta colocação [na ata] dos meus amigos do Banco Central", afirmou o ministro, durante exposição em aula magna da FGV (Fundação Getúlio Vargas), em São Paulo.
Ele descartou a hipótese de haver inflação de demanda (quando os preços sobem porque a procura é maior do que a oferta de produtos), que possa provocar a necessidade de aumentar a taxa de juros para frear o consumo.
"Do ponto de vista do Ministério do Desenvolvimento, nós não corremos o risco de inflação de demanda. Acreditamos que a indústria é capaz de atender a demanda atual, portanto, não há risco de inflação", afirmou.
A ata do Copom, divulgada anteontem, indicou que o comitê "está pronto para adotar uma postura diferente, por meio do ajuste dos instrumentos de política monetária, caso venha a se consolidar um cenário de divergência entre a inflação projetada e a trajetória das metas".
Para Miguel Jorge, a posição do BC é compreensível. "O BC, e todos os bancos centrais, são conservadores. Um banco central progressivo quebra um país. Por isso, tem de se preocupar, de agir preventivamente e olhar para a frente", explicou. "A visão do Banco Central não precisa ser a mesma do Ministério do Desenvolvimento."
Quanto à desvalorização do dólar e as medidas anunciadas pelo governo nesta semana para conter a queda, Miguel Jorge disse que as empresas não podem depender disso para exportar, já que o dólar é influenciado por vários fatores.


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