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Planalto estende concessão de usina da Cesp
Hidrelétrica de Porto Primavera terá prorrogação por mais 20 anos, o que ajuda governo de SP a obter preço maior em privatização
Ministro diz que ainda busca saída jurídica para renovar concessões de Jupiá e
Ilha Solteira até a data do leilão da Cesp, no dia 26
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O governo decidiu prorrogar
por mais 20 anos a concessão
da usina hidrelétrica de Porto
Primavera, da Cesp (Companhia Energética de São Paulo).
A concessão venceria no final
de maio. Sua renovação já havia
sido pedida pela empresa e obtido parecer favorável da Aneel
(Agência Nacional de Energia
Elétrica). A decisão, tomada pelo Ministério de Minas e Energia, deverá ser formalizada na
próxima semana.
Além de anunciar a renovação da concessão de Porto Primavera (1.540 megawatts), o
ministro Edison Lobão (Minas
e Energia) disse que o governo
federal tentará dar um jeito de
contornar o impedimento legal
para prorrogar as concessões
de outras duas hidrelétricas da
Cesp: Jupiá (1.551 MW) e Ilha
Solteira (3.444 MW, a maior
usina da estatal paulista).
"Os nossos advogados estão
examinando se a lei tem alguma brecha que possibilite mais
uma renovação. O governo federal tem boa vontade com o
governo do Estado de São Paulo", disse o ministro Edison Lobão (Minas e Energia).
De acordo com a legislação
do setor, as concessões só podem ser prorrogadas uma vez,
por período de 20 anos. No caso
das usinas de Jupiá e Ilha Solteira, já houve a prorrogação e,
a princípio, a legislação não
permite outra. "Tudo o quanto
for possível fazer nós faremos.
Se do ponto de vista legal isso
for possível", disse o ministro.
A prorrogação da concessão
das usinas é questão crucial para o sucesso do leilão de privatização da Cesp, marcado para o
dia 26. Sem Jupiá e Ilha Solteira, a Cesp perde 67% de sua capacidade de geração. Isso tem
reflexo direto no valor do ágio
que os interessados pela estatal
estariam dispostos a pagar.
Anteontem, Serra esteve
com o presidente Lula e pediu a
a extensão do prazo de concessão de usinas que pertencem à
Cesp. Ontem, o ministro Lobão
disse que dará uma resposta em
relação a Jupiá e Ilha Solteira
até a data do leilão.
Em Araraquara (SP), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva
(PT) confirmou a decisão do
governo sobre Porto Primavera. "O governador José Serra
[PSDB-SP] esteve conversando
comigo ontem [anteontem].
Ele pediu apenas que a gente
providenciasse a renovação da
[usina] de Porto Primavera, e
isso já está pronto. O resto o
Ministério de Minas e Energia
vai estudar."
A Cesp vai a leilão pelo preço
mínimo de R$ 6,6 bilhões.
Eventuais prorrogações poderiam elevar o preço para R$ 7,5
bilhões ou mais, avalia-se no
governo paulista. A disputa em
relação ao preço da Cesp esquentou quando um relatório
do banco UBS falou claramente
em lance mínimo para o leilão
da estatal ou atraso na privatização. As ações da empresa
chegaram a cair na Bolsa de Valores de São Paulo.
O governo do Estado reagiu e
disse que não aceitaria pressão
no processo de venda da Cesp.
O secretário de Fazenda do Estado, Mauro Ricardo Costa,
afirmou que estavam querendo
comprar a Cesp por uma "bagatela", o que não seria permitido
pelo governo. Segundo o secretário, o preço mínimo proposto
é o preço justo.
Colaborou VERIDIANA RIBEIRO,
enviada especial a Araraquara (SP)
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