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CRISE NO AR
Diretoria da aérea recomenda nova proposta da Varig Log, que se compromete a honrar milhas e passagens
Ex-subsidiária quer assumir Varig até maio
DA SUCURSAL DO RIO
A Varig Log apresentou nova
proposta de compra da Varig anteontem. A diretoria da companhia decidiu recomendar a oferta
ao Conselho de Administração e
aos credores. A proposta será
apresentada à 8ª Vara Empresarial na próxima segunda-feira. O
empresário Marco Antonio Audi,
sócio da Volo do Brasil, empresa
que controla a Varig Log, prevê
que até o início de maio a venda já
tenha sido concluída.
O valor da oferta subiu de US$
350 milhões para US$ 400 milhões. O número de funcionários
deverá ser reduzido para 6.400.
Anteontem, a Varig já havia formalizado a aceitação dos trabalhadores a uma proposta de redução dos salários em 30% e de cortes de 2.900 postos de trabalho.
Audi aposta em uma solução rápida em razão da crise que a Varig
atravessa. "A cada dia que passa, a
empresa vai perdendo mais mercado. Ela está se destruindo.
Quanto antes fechar o negócio,
melhor para a própria empresa",
disse. Ele se compromete a honrar
as milhas dos clientes Smiles e as
passagens vendidas.
Para validar o negócio, no entanto, a Varig Log vai precisar
contar com a aprovação da Anac
(Agência Nacional de Aviação Civil). Audi tinha duas ações de execução fiscal por dívida com o
INSS, o que impedia a aprovação
final da agência para a transferência de ações da Varig Log. O empresário informou que já quitou a
dívida de R$ 838,8 mil.
Para a Anac, no entanto, a Volo
ainda não é a proprietária da Varig Log. "Para nós, a Varig Log
ainda é LB", disse Milton Zuanazzi, diretor-geral da agência. Ele se
refere ao consórcio Aero-LB, do
qual fazia parte a aérea portuguesa TAP, que, no ano passado,
comprou a Varig Log e a VEM por
US$ 62 milhões. Posteriormente,
a Aero-LB vendeu sua participação na Varig Log para a Volo,
constituída no Brasil pelo fundo
Matlin Patterson, dos EUA.
Segundo Zuanazzi, nada impede que sejam apresentados novos
documentos no processo de venda da Varig Log para a Volo e a
agência venha a aprovar a operação, mas isso ainda não ocorreu.
Segundo Audi, a nova proposta
preserva 15 mil postos de trabalho, incluindo os trabalhadores da
Varig, da Sata e da VEM, empresas que têm a aérea como principal cliente. A própria Varig Log
também é beneficiada com a preservação da Varig porque usa a
barriga dos aviões da empresa.
Aerus
Para Audi, a intervenção no Aerus não modifica a votação. "Independentemente de o fundo ter
sofrido uma intervenção, o processo de votação continua o mesmo, os credores têm que aprovar
a proposta em assembléia", disse.
O ex-presidente do fundo, Odilon Junqueira, era um dos principais críticos em relação à proposta. Quando foi demitido, disse ter
sido afastado por não querer que
a Varig fosse vendida "a preço vil"
para um fundo estrangeiro -referência ao Matlin Patterson.
Segundo Audi, o fundo americano tem o compromisso de permanecer na Varig por pelo menos
sete anos. Depois disso, pode renovar sua participação por mais
dois anos. Na avaliação do empresário, esse período seria suficiente
para que a Varig voltasse a ser líder de mercado.
(JANAINA LAGE)
Colaborou Humberto Medina,
da Sucursal de Brasília
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