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Desemprego continuará elevado nos principais países, prevê FMI
Nos EUA, na Espanha e na Irlanda, taxa demorará bem mais a ceder, diz Fundo
FERNANDO CANZIAN
DA REPORTAGEM LOCAL
Os níveis de desemprego
continuarão elevados e bem
acima da média histórica nas
principais economias avançadas, pelo menos até 2011.
Em alguns países, como Estados Unidos, Espanha e Irlanda, o desemprego pode demorar bem mais a ceder do que em
outras economias.
Segundo parte do relatório
"Panorama da Economia Mundial", divulgado ontem pelo
FMI, a crise global afetou de
maneira diferente o emprego
entre vários países.
Algumas economias, como a
da Alemanha, chegaram a registrar queda no desemprego
mesmo tendo sofrido redução
na atividade econômica semelhante à de outros países.
Isso se deu, principalmente,
pelo fato de terem "colchões"
sociais e financeiros mais grossos do que países como os EUA.
O que possibilitou a criação
tanto de empregos temporários
como a ampliação de incentivos a empresas para evitar demissões e falências.
O estudo do Fundo chega à
conclusão de que não há uma
relação direta entre o tamanho
do tombo do PIB de um país e o
aumento do desemprego.
Isso seria determinado mais
em função do tipo de intervenção estatal no momento da crise, do volume de dinheiro público despejado na economia e
pela rigidez ou flexibilidade para demitir e contratar pessoas.
Na Espanha e na Irlanda, por
exemplo, o desemprego aumentou cerca de 7,5 pontos
percentuais. Mas a queda da
atividade na Espanha não chegou à metade da irlandesa (contração de 8%). Já na Alemanha,
onde a economia recuou 7%, o
desemprego caiu.
O forte aumento do desemprego na Espanha e nos EUA
também teve relação direta
com o colapso do sistema financeiro (nos EUA) e o estouro
da chamada "bolha imobiliária" (nos EUA e na Espanha).
Foram analisadas também
recessões entre países desenvolvidos nos últimos 30 anos.
A conclusão é que a reação do
emprego depende muito de a
queda da atividade vir ou não
com uma crise bancária.
Esse foi o caso da atual crise,
uma "tempestade perfeita" que
incluiu a maior crise bancária
desde 1929 e o estouro de "bolhas" imobiliárias em vários
países. Dois aspectos centrais
que levaram o FMI a batizar a
crise como Grande Recessão.
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