São Paulo, quarta-feira, 15 de maio de 2002

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BARRIL DE PÓLVORA

Reservas americanas de óleo caem muito mais que o previsto e preços devem subir mais ainda hoje

Petróleo tem maior cotação desde ataques

DA REDAÇÃO

O preço do barril do petróleo subiu 3,45% ontem na Bolsa Mercantil de Nova York e atingiu a maior cotação do ano, US$ 29,36. O óleo não estava tão caro (e não ficava acima de US$ 29) no mercado norte-americano desde o dia 14 de setembro do ano passado, quando a Bolsa voltou a operar, depois de permanecer três dias fechado em decorrência dos ataques terroristas do dia 11.
Entre os analistas do setor, a expectativa de uma queda nas reservas norte-americanas foi a principal razão apontada para a forte alta dos últimos dias.
O balanço semanal do American Petroleum Institute, órgão ligado ao Departamento de Energia dos EUA, sobre a situação dos estoques só foi divulgado depois do encerramento do pregão. O mercado esperava uma redução de 2,5 milhões de barris em relação à semana anterior, mas, na verdade, a queda foi ainda maior, de 7,4 milhões. Com isso, as cotações devem subir ainda mais hoje.
No acumulado dos últimos seis pregões, o petróleo já registra alta de 12% em Nova York.
Na Bolsa Internacional do Petróleo, em Londres, o barril também fechou em alta. Com valorização de 2,75%, o produto encerrou o dia vendido a US$ 27,31.
Anteontem, a IEA (International Energy Agency), órgão ligado à OCDE (Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico), divulgou um relatório em que prevê um aperto na oferta do produto nos mercados internacionais durante os próximos seis meses, enquanto a demanda tende a recuperar o fôlego.
A situação, segundo o instituto, pode se agravar ainda mais se a Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo) mantiver seus atuais níveis de produção, que são os menores desde 1993. No ano passado, por causa da estagnação econômica nos países industrializados, o consumo de petróleo desabou, e os preços caíram abaixo de US$ 20.
A reação do cartel petrolífero foi reduzir o ritmo de exploração. A Rússia e a Noruega, que não fazem parte da Opep, mas são os maiores exportadores mundiais depois da Arábia Saudita, também colaboraram, diminuindo a produção. A meta de Opep é manter o barril entre US$ 22 e US$ 28, na média da cotação de sete tipos de petróleo. Na segunda-feira, a cesta valia US$ 25,95.
Como as cotações permanecem dentro da margem de variação, a Opep não deve elevar sua produção no momento.


Com agências internacionais


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