DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O governo pretende retomar a produção em larga escala de álcool como combustível, anunciou ontem o ministro do Desenvolvimento, Sergio Amaral. Segundo ele, dessa vez, o Estado não vai subsidiar a produção, diferentemente do que ocorreu com o programa Pró-Álcool nos anos 80.
Mas o governo poderá utilizar a alíquota da Cide (contribuição sobre o consumo de combustíveis) como regulador de preços para evitar que a oferta do produto fique sensível à cotação do açúcar no mercado internacional.
Segundo Amaral, na década de 80, produtores de açúcar aproveitavam a alta do preço do produto para exportá-lo, o que reduzia a oferta de álcool no mercado interno e causava aumento no preço do combustível.
Outro possível incentivo do governo, conforme disse o ministro, será a adoção de frotas de automóveis movidos a álcool.
Ontem, Amaral se reuniu com representantes dos ministérios da Agricultura, de Minas e Energia, de Ciência e Tecnologia, do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), da Petrobras e da Aneel para apresentar a proposta, feita pelo setor privado, de retomada da produção de álcool como combustível para veículos.
De acordo com Amaral, todos os setores do governo concordaram com a retomada do programa, mas ainda não foram definidas as regras. "Vamos aguardar a proposta do setor privado, que tem de apresentar uma fórmula que garanta que haverá oferta de álcool", disse Amaral.
Segundo ele, há uma demanda crescente para a importação de álcool como combustível por questões ambientais nos Estados Unidos e no Japão e para garantir independência energética na Índia, que também quer passar a produzir álcool.
Além do produto, o Ministério do Desenvolvimento pretende exportar tecnologia de produção de álcool e motores adaptados ao uso do combustível.
Na próxima semana, Amaral se reunirá com representantes da cadeia do álcool e do açúcar e da indústria automobilística para continuar analisando o assunto. (CLÁUDIA DIANNI)


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