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Para 68%, países exportadores são desleais
DA REPORTAGEM LOCAL
A maioria dos entrevistados pela Transparência Internacional
(68%) considera que os governos dos países exportadores usam
práticas desleais no comércio internacional. Dessas pessoas, 58%
identificam essas práticas em atitudes dos Estados Unidos.
Também foram apontados como usuários de práticas desleais
em larga escala os governos da França (26%), do Reino Unido
(19%) e do Japão (18%).
Para 66%, pressões diplomáticas, políticas, financeiras e comerciais são as práticas desleais mais comuns. Outras práticas desleais citadas foram ajuda estrangeira vinculada a certas condições (54%), ameaça de reduzir ajuda
estrangeira (46%) e realização de negócios com armamentos vinculados a condições (41%).
Um tratado internacional firmado em 1999 na Convenção Anti-suborno da OCDE (Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico) pela
maioria dos países industrializados prevê a punição de funcionários de empresas que paguem propina a funcionários públicos.
Até aquele ano, apenas os Estados Unidos previam o crime de pagamento de propina no exterior. As empresas de outros países podiam incluir em seus balanços
as despesas com suborno pagos no exterior.
Apesar da restrição legal, não houve melhoras significativas nas
pontuações dos países corruptores. Das pessoas entrevistadas pela Transparência Internacional, somente 19% disseram ter conhecimento do tratado e, dessas, apenas 35% disseram que suas empresas passaram a adotar programas anticorrupção.
"As leis não estão sendo cumpridas devidamente. Nossa nova
pesquisa não deixa nenhuma dúvida de que um grande número
de corporações multinacionais está tomando um caminho ilegal
para conquistar contratos nos principais países emergentes",
disse Peter Eigen, presidente da Transparência Internacional.
Para ele, "os políticos e os funcionários públicos dos principais
países industrializados do mundo
estão ignorando a podridão em
seus próprios quintais e as atividades ilegais de suborno por parte
das empresas multinacionais com
sede em seus países".
"Varinha de condão"
A Transparência Internacional
deu a seus entrevistados a possibilidade hipotética de acabar com a
corrupção em uma única instituição pública e descobriu que, segundo eles, o Judiciário é o setor
que mais deve ser preservado.
Os entrevistadores perguntaram: "Se você tivesse uma varinha
de condão e pudesse eliminar a
corrupção dentro de uma instituição, qual seria a primeira que você
escolheria?" Judiciário (21%),
partidos políticos (19%) e polícia
(13%) foram apontados como os
setores mais importantes para
que a corrupção fosse eliminada.
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