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Com estilo "agressivo" de gestão, Carlos Brito se firma no comando de cervejarias
Geert Vanden Wijngaert/Associated Press
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Carlos Brito, que comprou a fabricante da Budweiser
DA REUTERS
Quando Carlos Brito começou a trabalhar na cervejaria Brahma, em 1989, a empresa buscava inspiração para sua estratégia de marketing e técnicas de venda na
norte-americana Anheuser-Busch.
Como executivo-chefe da
cervejaria belgo-brasileira
InBev, Brito fechou um ciclo,
fazendo uma oferta de US$
50 bilhões para a compra da
Budweiser e da Michelob
que a direção da Anheuser
terá dificuldade em recusar.
O estilo de gestão de Brito
é chamado de agressivo por
líderes sindicais do Brasil à
Bélgica. Suas metas de vendas são consideradas exigentes e inflexíveis e os cortes de
custos que implementou são
tidos como brutais.
Ele começou a carreira na
indústria cervejeira no departamento de finanças da
Brahma, que havia sido adquirida pelo banqueiro de
investimentos Jorge Paulo
Lemann e seus parceiros do
banco Garantia, Marcel Telles e Carlos Alberto Sicupira. Os três banqueiros são
hoje os maiores acionistas
individuais da InBev, formada depois que eles venderam
a AmBev para a Interbrew,
em 2004.
A cultura de banco de investimentos, de recompensa
com base no desempenho e
intensa competição entre os
empregados, ainda é mantida. Ela ajudou a InBev a dobrar seu lucro desde que Brito assumiu a direção da empresa em dezembro de 2005.
Brito, de 48 anos, teve uma
ascensão meteórica na Brahma. Ele dirigiu os negócios
do ramo da empresa dedicado a refrigerantes, o departamento de vendas e a chefia
de operações antes de assumir o maior cargo na AmBev,
em 2004. Sua estreita ligação com Lemann, que financiou o MBA de Brito na escola de negócios de Stanford, e
o fato de ele ter superado todas as expectativas ajudaram a impulsionar Brito para a posição de executivo-chefe na InBev.
"Brito sempre foi uma
pessoa muito focada, ele não
é do tipo cheio de rodeios",
disse Alberto Cerqueira Lima, ex-diretor de marketing
da AmBev, que hoje dirige a
consultoria de marketing
Copernicus no Brasil.
O estilo duro de Brito veio
à tona várias vezes desde que
a empresa fez uma proposta
formal de US$ 46,3 bilhões
para comprar a Anheuser
cerca de um mês atrás, recusando inicialmente a elevar
oferta de US$ 65 por ação e
depois apresentando uma
proposta de desalojar os diretores da empresa norte-americana.
Por fim, o desejo de formar
a maior cervejaria do mundo
e evitar uma batalha prolongada prevaleceram e Brito
elevou a oferta da InBev esperando receber o sinal verde da direção da Anheuser.
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