São Paulo, terça-feira, 15 de julho de 2008

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Com estilo "agressivo" de gestão, Carlos Brito se firma no comando de cervejarias

Geert Vanden Wijngaert/Associated Press
Carlos Brito, que comprou a fabricante da Budweiser

DA REUTERS

Quando Carlos Brito começou a trabalhar na cervejaria Brahma, em 1989, a empresa buscava inspiração para sua estratégia de marketing e técnicas de venda na norte-americana Anheuser-Busch.
Como executivo-chefe da cervejaria belgo-brasileira InBev, Brito fechou um ciclo, fazendo uma oferta de US$ 50 bilhões para a compra da Budweiser e da Michelob que a direção da Anheuser terá dificuldade em recusar.
O estilo de gestão de Brito é chamado de agressivo por líderes sindicais do Brasil à Bélgica. Suas metas de vendas são consideradas exigentes e inflexíveis e os cortes de custos que implementou são tidos como brutais.
Ele começou a carreira na indústria cervejeira no departamento de finanças da Brahma, que havia sido adquirida pelo banqueiro de investimentos Jorge Paulo Lemann e seus parceiros do banco Garantia, Marcel Telles e Carlos Alberto Sicupira. Os três banqueiros são hoje os maiores acionistas individuais da InBev, formada depois que eles venderam a AmBev para a Interbrew, em 2004.
A cultura de banco de investimentos, de recompensa com base no desempenho e intensa competição entre os empregados, ainda é mantida. Ela ajudou a InBev a dobrar seu lucro desde que Brito assumiu a direção da empresa em dezembro de 2005.
Brito, de 48 anos, teve uma ascensão meteórica na Brahma. Ele dirigiu os negócios do ramo da empresa dedicado a refrigerantes, o departamento de vendas e a chefia de operações antes de assumir o maior cargo na AmBev, em 2004. Sua estreita ligação com Lemann, que financiou o MBA de Brito na escola de negócios de Stanford, e o fato de ele ter superado todas as expectativas ajudaram a impulsionar Brito para a posição de executivo-chefe na InBev.
"Brito sempre foi uma pessoa muito focada, ele não é do tipo cheio de rodeios", disse Alberto Cerqueira Lima, ex-diretor de marketing da AmBev, que hoje dirige a consultoria de marketing Copernicus no Brasil.
O estilo duro de Brito veio à tona várias vezes desde que a empresa fez uma proposta formal de US$ 46,3 bilhões para comprar a Anheuser cerca de um mês atrás, recusando inicialmente a elevar oferta de US$ 65 por ação e depois apresentando uma proposta de desalojar os diretores da empresa norte-americana.
Por fim, o desejo de formar a maior cervejaria do mundo e evitar uma batalha prolongada prevaleceram e Brito elevou a oferta da InBev esperando receber o sinal verde da direção da Anheuser.


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