São Paulo, quarta-feira, 15 de setembro de 2004

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MERCADO FINANCEIRO

Maioria dos analistas prevê elevação dos juros pelo Copom, mas parte ainda crê na manutenção da taxa

Bolsa tem a maior alta em quase um mês

DA REPORTAGEM LOCAL

A Bolsa de Valores de São Paulo preferiu se apoiar em uma parcela menor do mercado que aposta na manutenção da taxa básica de juros e cravou a sua maior alta em quase um mês. Ontem, a Bovespa registrou alta de 2,29%.
Os investidores aproveitaram as baixas recentes do mercado acionário e procuraram papéis que estavam com preços reduzidos. Apenas 4 das 55 ações que compõem o Ibovespa recuaram. A Bolsa fechou o pregão de segunda-feira com perdas acumuladas de 4,36% em setembro.
Hoje o Copom anuncia como ficam os juros básicos da economia, que estão em 16% ao ano. A maior parte do mercado acredita em uma alta entre 0,25 e 0,50 ponto percentual. Mas há economistas, como Hugo Penteado, do ABN Amro Asset, que crêem na possibilidade de a taxa básica permanecer inalterada.
A consultoria Global Invest também afirma acreditar que os juros básicos devem ser mantidos. Dentre os motivos para justificar sua projeção, a consultoria diz que recentes pontos de preocupação -como dólar e petróleo- perderam força. Além disso, aponta que a alta recente da inflação foi motivada por pressões sazonais.
Ontem instituições financeiras procuraram se defender -caso haja uma manutenção da Selic- e venderam contratos futuros de juros mais longos. Esse movimento fez as projeções das taxas dos contratos com prazo de vencimento mais longos recuarem. Apenas o contrato mais curto subiu, para fechar a 16,13%.
No pregão da BM&F (Bolsa de Mercadorias & Futuros), o volume de contratos DI -que consideram os negócios entre bancos- negociados dobrou em relação ao dia anterior.
A taxa do DI de janeiro, o mais negociado, caiu de 16,87% para 16,75%. No papel que vence em julho de 2005, a taxa recuou de 17,78% para 17,64%.
O dólar fechou estável, vendido a R$ 2,91. As últimas captações de recursos no exterior fechadas por bancos e empresas nacionais têm ajudado a manter o dólar em níveis mais baixos.
Aírton Villafranca, superintendente da área internacional do banco Santander Banespa, que captou US$ 400 milhões na segunda-feira, diz que o mercado está muito favorável a emissões neste momento.
(FABRICIO VIEIRA)


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