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COMÉRCIO MUNDIAL
Novo embaixador no Brasil vê criação como "otimista demais"
EUA já não pensam na Alca em 2005
GABRIELA WOLTHERS
DA SUCURSAL DO RIO
O novo embaixador dos Estados Unidos no Brasil, John Danilovich, afirmou ontem que considera "otimista demais" a criação
da Alca (Área de Livre Comércio
das Américas) dentro do prazo
previsto, em janeiro de 2005.
Em entrevista após palestra na
Câmara de Comércio Americana
do Rio de Janeiro, Danilovich disse que, tanto o Brasil como os
EUA, "têm inúmeras questões para resolver em sua agenda internacional que estão tomando muito tempo e esforços". Citou ainda
o fato de as eleições presidenciais
dos EUA ocorrerem em 2 de novembro. "Nós temos que recuperar o nosso fôlego antes de retomarmos as negociações."
Apesar de já dar como certo o
adiamento, ele disse que os EUA
consideram importante manter
esse prazo por enquanto. "Assim,
tanto os EUA como o governo
brasileiro e o restante da América
Latina farão esforços para que as
negociações avancem."
O governo brasileiro também já
não conta mais com janeiro. Enquanto Danilovich usa a expressão "otimista demais", o embaixador do Brasil em Washington,
Roberto Abdenur, prefere o termo "dificilmente alcançável".
Combate à pirataria
Na próxima semana chega ao
Brasil o vice-representante comercial dos Estados Unidos, Peter
Allgeier. Segundo o embaixador
dos EUA, além da Alca, outro assunto em pauta será o combate à
pirataria no Brasil, que, segundo
seus cálculos, causa prejuízos da
ordem de US$ 800 milhões ao ano
às empresas americanas.
"A dificuldade com propriedade intelectual é que se trata de um
crime, ponto final", disse o embaixador dos EUA. "As reuniões
que Allgeier terá no Brasil na próxima semana têm por objetivo
também a redução dos crimes
contra a propriedade intelectual."
No fim do mês vence o prazo de
90 dias dado pelos Estados Unidos para que o Brasil faça progressos no combate à pirataria,
sob ameaça de retirá-lo da lista de
países que têm tarifa zero para exportar vários produtos ao mercado americano.
Se for excluído da lista, que engloba 140 países em desenvolvimento e US$ 21 bilhões, haverá
um custo médio anual de US$ 100
milhões a mais para importar
produtos do Brasil. O país exporta
para os Estados Unidos cerca de
US$ 2 bilhões ao ano em produtos
não-tarifados por meio do GSP
(Sistema Geral de Preferências, na
sigla em inglês).
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