São Paulo, domingo, 15 de outubro de 2000

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Banestado será leiloado na terça

WAGNER OLIVEIRA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CURITIBA

LÉO GERCHMANN
DA AGÊNCIA FOLHA, EM PORTO ALEGRE

O secretário da Fazenda do Paraná, Giovani Gionédis, descartou a hipótese de adiar o leilão do Banestado (Banco do Estado do Paraná), marcado para depois de amanhã, em Curitiba.
A possibilidade de transferir o leilão para outro dia foi discutida pelo governo paranaense em reunião na última quarta-feira entre Gionédis e o vice-presidente do banco, José Evangelista de Souza.
Participaram também da discussão o diretor financeiro do Banestado, Valdemar Borgaro, e uma equipe técnica da Procuradoria Geral do Estado.
Os diretores do banco não convenceram o secretário da Fazenda de que o adiamento do leilão poderia representar a garantia de maior preço para o Banestado, avaliado em R$ 424 milhões.
"A privatização do banco é um processo de mais de dois anos. O governo teve de buscar recursos da ordem de R$ 5,1 bilhões para salvar o Banestado. Então, nós não podemos brincar com a coisa pública", afirmou.

Desentendimentos
A privatização do banco causa desentendimentos entre a equipe do governo do Paraná. Gionédis não concorda com a posição de Reinhold Stephanes, presidente do Banestado.
Stephanes entende que o banco perderá preço, pois sua privatização está muito próxima à do Banespa. Os mesmos bancos que se pré-qualificaram para o Banestado (Bradesco, Unibanco, Itaú e Santander) estão interessados e credenciados para a compra do Banespa.
Stephanes tem receio de que os interessados não tenham "bala na agulha" para comprar os dois bancos estaduais e, por isso, desistam do banco paranaense.
"As regiões administrativas dos dois bancos são diferentes. O Paraná é um Estado que tem vida própria e não pode se comportar como uma quinta comarca de São Paulo. A privatização do nosso banco nunca dependeu da privatização do Banespa."
O secretário qualificou de "boatos eleitoreiros" os comentários de que o leilão seria adiado para não prejudicar o prefeito Cássio Taniguchi, que disputa o segundo turno das eleições municipais com o candidato do PT, Angelo Vanhoni.
Gionédis disse também que as ações na Justiça contra o leilão não vão atrapalhar a privatização na data prevista. Uma das ações é movida em conjunto pelos três senadores do Paraná, Roberto Requião (PMDB) e os irmãos Álvaro e Osmar Dias (PSDB).


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