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Banestado será leiloado na terça
WAGNER OLIVEIRA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CURITIBA
LÉO GERCHMANN
DA AGÊNCIA FOLHA, EM PORTO ALEGRE
O secretário da Fazenda do Paraná, Giovani Gionédis, descartou
a hipótese de adiar o leilão do Banestado (Banco do Estado do Paraná), marcado para depois de
amanhã, em Curitiba.
A possibilidade de transferir o
leilão para outro dia foi discutida
pelo governo paranaense em reunião na última quarta-feira entre
Gionédis e o vice-presidente do
banco, José Evangelista de Souza.
Participaram também da discussão o diretor financeiro do Banestado, Valdemar Borgaro, e
uma equipe técnica da Procuradoria Geral do Estado.
Os diretores do banco não convenceram o secretário da Fazenda
de que o adiamento do leilão poderia representar a garantia de
maior preço para o Banestado,
avaliado em R$ 424 milhões.
"A privatização do banco é um
processo de mais de dois anos. O
governo teve de buscar recursos
da ordem de R$ 5,1 bilhões para
salvar o Banestado. Então, nós
não podemos brincar com a coisa
pública", afirmou.
Desentendimentos
A privatização do banco causa
desentendimentos entre a equipe
do governo do Paraná. Gionédis
não concorda com a posição de
Reinhold Stephanes, presidente
do Banestado.
Stephanes entende que o banco
perderá preço, pois sua privatização está muito próxima à do Banespa. Os mesmos bancos que se
pré-qualificaram para o Banestado (Bradesco, Unibanco, Itaú e
Santander) estão interessados e
credenciados para a compra do
Banespa.
Stephanes tem receio de que os
interessados não tenham "bala na
agulha" para comprar os dois
bancos estaduais e, por isso, desistam do banco paranaense.
"As regiões administrativas dos
dois bancos são diferentes. O Paraná é um Estado que tem vida
própria e não pode se comportar
como uma quinta comarca de São
Paulo. A privatização do nosso
banco nunca dependeu da privatização do Banespa."
O secretário qualificou de "boatos eleitoreiros" os comentários
de que o leilão seria adiado para
não prejudicar o prefeito Cássio
Taniguchi, que disputa o segundo
turno das eleições municipais
com o candidato do PT, Angelo
Vanhoni.
Gionédis disse também que as
ações na Justiça contra o leilão
não vão atrapalhar a privatização
na data prevista. Uma das ações é
movida em conjunto pelos três
senadores do Paraná, Roberto Requião (PMDB) e os irmãos Álvaro
e Osmar Dias (PSDB).
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